Estão se tornando cada vez mais comuns denúncias de ataques ou protestos contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva onde ele nem sequer estava. Fake news desse tipo são periodicamente recicladas e voltam a ocupar as redes sociais. Fatos que nunca aconteceram, mas ajudam a atiçar uma horda que espuma ódio e quer estimular a violência porque não sustenta uma conversa em uma democracia.
O caso de uma gritaria em um shopping ilustra perfeitamente essa situação. Surgiu há algumas semanas no Zap de muita gente que Lula estaria sendo recebido no Shopping Vitória ao som de xingamentos. Acontece que Lula nem sequer estava lá! O que aconteceu foi uma filmagem de bolsonarista reagindo a um ato de pessoas que manifestavam apoio ao ex-presidente. Muitos agentes da Verdade nos enviaram essa mentira, que foi completamente inventada a partir do nada.
Em outro vídeo, situação similar, agora supostamente no shopping Del Rey, em Belo Horizonte. Tudo mentira. O vídeo nem sequer foi gravado no Shopping Del Rey, em Minas Gerais. Na verdade, o registro ocorreu no Shopping Vitória, localizado na capital do Espírito Santo. Lula não esteve lá, mas em São Paulo no lançamento do movimento Vamos junt❤️s pelo Brasil. São muitas as fake news sobre “hostilidades recentes” contra Lula, que têm sido muito comuns na internet. Só nos últimos tempos, desmentimos histórias falsas sobre ele ter sido vaiado em Curitiba, Recife e até “vaiado em shopping”. O mesmo aconteceu envolvendo o aeroporto de Viracopos,
Um dos objetivos, alertam os jornalistas das agências de checagem que investigam a cascata diária de mentiras espalhadas com dinheiro público, é incutir a ideia de que as pesquisas que mostram o ex-presidente em primeiro lugar são falsas. Esse assunto se encaixa perfeitamente em tudo que Bolsonaro tem dito recentemente em seus ataques ao sistema eleitoral. A milícia não dá ponto sem nó.
+ Como denunciar mentiras do bolsonarismo
Mas há um lado bastante perigoso nesse tipo de fake news: o estímulo à violência.
Muitos dos vídeos que hoje circulam aconteceram majoritariamente durante as caravanas Lula pelo Brasil nos estados da região Sul, alvo de violências amplamente denunciadas à época. No início de 2018, o ex-presidente promovia um projeto que começara um ano antes e retoma uma tradição em sua vida política, a de viajar pelos rincões do Brasil a fim de conversar e olhar nos olhos do povo sobre as necessidades mais urgentes para o país. A denúncia veio da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD): as caravanas foram alvos de “crimes de ódio”.
Era ano de campanha eleitoral, e o fascismo bolsonarista já mostrava as suas garras à sombra da farsa mal ajambrada da Lava Jato, que já incentivava o antipetismo e inaugurava uma nova categoria de ódio, violência e mentiras. Publicamente alçado por ódio e mentiras, Jair tornou-se presidente. A Lava Jato, graças à Justiça, sempre soberana, caiu em desgraça e teve suas acusações derrubadas uma a uma, provando que Lula era inocente e seus acusadores eram os suspeitos.
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O que sobrou da equação foi a violência política, que nunca mostrou sua cara de forma tão deslavada e despudorada. Assim, Lula foi alvo de uma prisão política, mas nunca vendeu sua dignidade por sua liberdade. Ninguém jamais conseguiu provar qualquer uma das mentiras que inventavam, e isso não podem tolerar. A violência política persiste, e encontra no submundo das fazendas de fakes e criadores de mentiras base para poder dar as caras e estimular gente sem qualquer compromisso com a democracia e a cidadania, em confronto mesmo com a lei, promover ataques violentos contra o ex-presidente Lula.
É inaceitável em qualquer cenário democrático que se parta para a agressão física de quem quer que seja. Ataques violentos, ocorram do lado que for, são condenáveis e sinais graves de que há falhas na construção do debate democrático.
Os ataques geraram repercussão internacional e foram convenientemente “esquecidos” por boa parte da imprensa, mais interessada em atrair grandes audiências estimulando uma polarização que antes de ser conceitual, é violenta e sentida nas ruas. Basta ser mulher, negro, LGBTQIAP+ e já se terá adiante embates agressivos contra um polo que quer nos expulsar da política.
Em uma estrada no Centro-Sul do Paraná, entre Quedas do Iguaçu e Laranjeiras do Sul, os ônibus das caravanas foram alvo de tiros, que por muito pouco não tiraram a vida de alguém. Na comitiva, estavam jornalistas que trabalhavam na cobertura e também foram vitimados. Nesta semana, cenas deste episódio lastimável na história da política brasileira voltaram à tona como se tivessem acontecido nos dias de hoje. E provando, assim, que tem gente que acha louvável a criminalidade de quem vai às vias de fato.
Muitos casos remetem ataques a ovos, o que ocorreu em momentos da caravana que antecederam a violência injustificável dos ataques a bala. São vídeos antigos reeditados, redublados, adulterados e manipulados para parecerem atuais, sempre querendo estimular agressões a Lula e questionar sua popularidade. Mas, como disse Lula em 2018, e é cada vez mais atual: “O cara que taca o ovo deveria estar distribuindo ovo para quem não tem o que comer“. Com a inflação do jeito como está, ninguém em sã consciência desperdiçaria assim um alimento tão caro. São vídeos como o dessa situação que foram reciclados em uma nova onda de mentiras, mostrando cenas quem nem sequer estavam naquele contexto.
E óbvio que, na política, embates ideológicos e discordâncias são naturais, saudáveis e esperadas. Mas não é aceitável jamais que o que deveria ser diálogo descambe para a barbárie. Também por isso, nessas eleições o tema das fake news será central e definidor de muitas questões. Interagir, curtir, comentar ou compartilhar qualquer conteúdo, especialmente os que incentivam a violência, e mesmo que seja para denunciar, criticar ou fazer meme, apenas ajuda nos objetivos de quem manobra a indústria de ódio e faz aquele conteúdo circular mais.
Nunca é demais reforçar: não compartilhe conteúdos visivelmente falsos. Qualquer publicação, mesmo que em tom de denúncia ou indignação, ajuda a aumentar a propagação desse tipo de conteúdo, que visa confundir o debate sério e mudar o foco para a discussão que realmente importa. Ou seja, a sua denúncia acaba virando divulgação daquele conteúdo com que você não concorda.
Por isso, reforçamos: ao notar um conteúdo falso, não compartilhe nem com seus amigos. Respire fundo, e lembre-se de que é essa justamente a estratégia do bolsonarismo. Então, responda à mentira com uma verdade. Basta buscar uma vacina em https://lula.com.br/verdadenarede para desmontar os argumentos falsos e as narrativas fantasiosas dos apoiadores do genocida.
Se não encontrar uma resposta para o caso em específico, clique no botão vermelho DENUNCIE AQUI. Produziremos novas vacinas, assim como este texto, a partir das novas cepas do bolsovírus. Além disso, nosso time jurídico irá avaliar a sua denúncia e, se for necessário entraremos em contato para maiores informações. E, para se manter informado, cadastre-se em um dos nossos grupos de WhatsApp. Estaremos sempre de olho. Procurando as mentiras que circulam nas redes e em grupos de WhatsApp e Telegram e trazendo a verdade.
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