Inflação de abril é a mais alta para o mês em 26 anos. Preço de alimentos chegou a aumentar 18% em um mês

Compartilhar:

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) bateu novo recorde com Bolsonaro e marcou 1,06% em abril, o maior resultado para o mês desde 1996, quando foi 1,26%. Já o resultado acumulado em 12 meses saltou para 12,13%. É a maior taxa em 12 meses desde outubro de 2003. A escalada sem fim do preço dos alimentos, aliada à desvalorização dos salários e ao desemprego, ameaça o país com a volta da fome.

Hoje, mais de 116 milhões de brasileiros e brasileiras se encontram em situação de insegurança alimentar. Para 19 milhões, é comum passar mais de 24 horas sem comer nada, uma realidade inaceitável em um país como o Brasil, que saiu do Mapa da Fome da ONU em 2014, graças às políticas sociais implementadas pelos governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do PT.

Descontrole da inflação

Oito dos nove produtos e serviços pesquisados pelo IBGE tiveram alta. De março para abril, alimentação e transporte contribuíram com cerca de 80% da inflação.

Produtos da cesta básica sofreram altas que chegaram a 18%. A batata inglesa, por exemplo, subiu 18,28%, enquanto o tomate encareceu 10,78% e o leite longa vida aumentou 10,31%.

A gasolina, com alta de 2,48%, respondeu sozinha por 0,17 ponto percentual no índice. No início da semana, a Petrobras anunciou nova alta. O óleo diesel será reajustado em 8,87%, com o preço do litro passando de R$ 4,51 para R$ 4,91 na refinaria.

Enquanto o trabalhador sofre para conseguir alimentar a família e arcar com despesas básicas para uma vida digna, o presidente segue criando animosidades com o Judiciário, colocando em dúvida o sistema eleitoral e usando a primeira-dama para protagonizar propaganda eleitoral antecipada.

Com a escalada do índice inflacionário, o poder de compra do brasileiro reduziu drasticamente. O salário mínimo de hoje não consegue comprar o que se comprava em 2018 e a pobreza e a fome voltam a assombrar a população. De acordo com pesquisa da Ipsos, a pobreza e a desigualdade social são as questões que mais afligem a população do país hoje para 41% dos entrevistados. Essas preocupações, diz o estudo, devem estar na agenda dos candidatos à presidência da República.

Para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a geração de empregos e o combate à fome no país são pautas prioritárias, tratadas como obsessão. “Vamos ter que ter algumas obsessões e o emprego é uma coisa sagrada.  Quando a gente tem um emprego e ganha um salário que dá para levar comida para a nossa casa, que dá para cuidar do nosso filho, que tem seguridade social, carteira assinada, previdência social, parece que a gente está no céu”, disse recentemente.

De outro lado, Bolsonaro debocha das 19 milhões de pessoas que passam fome no Brasil ao afirmar que a fome no país é “uma grande mentira”. A milícia digital comandada pelo presidente passou a circular um vídeo com imagens de uma reportagem produzida pelo Jornal Nacional, da TV Globo, como se se tratasse de uma realidade dos anos dos governos do PT. Mais uma mentira produzida pelo gabinete do ódio. A série de matérias de fato existiu, mas foram ao ar de 18 a 22 de junho de 2001, logo, durante o governo Fernando Henrique Cardoso. 

Lula e a fome

Em entrevista a youtubers, Lula disse que o fato de existirem milhões de pessoas no mundo passando por insegurança alimentar é o resultado de uma falha crítica nas políticas públicas, que deve ser corrigida.

A desigualdade não é um fato natural, é um fenômeno da incapacidade das pessoas que governam os países de cuidar do povo como ele merece. Nós não temos fome pela falta de produção de alimentos. Nós temos fome pela falta de recursos para as pessoas comprarem o que comer. A gente produz mais alimentos do que necessitamos. E mesmo assim nós temos 900 milhões de pessoas indo dormir sem ter um prato de comida para comer”, ressaltou.

Lula sabe como acabar com a fome e diminuir a pobreza no país. A receita já deu certo uma vez e passa pela distribuição de renda e criação de programas que priorizem o povo, como o programa das cisternas, o Luz para Todos e o Bolsa Família. Foram modelos de programas brasileiros adotados pela ONU para acabar com a miséria.