Mais uma da série “Jair definitivamente não gosta de criança”. Bolsonaro, que se diz defensor das famílias, apresentou orçamento para 2023 com o corte de 97,5% dos recursos destinados à construção de novas creches. O presidente segue se comportando como verdadeiro inimigo da infância e da educação.
O projeto de orçamento enviado pelo governo federal ao Congresso prevê a destinação de R$ 2,5 milhões para essa finalidade. Em 2022, o orçamento previa R$ 100 milhões, menos da metade que o previsto em 2021, R$ 220 milhões. O troco de Bolsonaro para a educação infantil só é suficiente para construir cinco escolas.
A queda vertiginosa da verba revela a desimportância que a primeira infância tem para Jair Bolsonaro.
O orçamento federal também prevê o corte de 95% dos recursos para oferecer infraestrutura às escolas de educação infantil, especialmente a pré-escola.
Segundo reportagem do jornal O Globo, com o corte nas duas rubricas, o recurso destinado para a educação infantil – que compreende creche (de 0 a 3 anos) e a pré-escola (de 4 a 5 anos) – saiu de R$ 151 milhões neste ano para R$ 5 milhões em 2023, uma redução de 96% no total.
Enquanto crianças padecerão sem creche ou em creches sem estrutura adequada, o Centrão nadará de braçada nos R$ 19,4 bilhões do orçamento secreto, o maior esquema de corrupção da história do país.
A tesourada na educação infantil se soma a tantos outros golpes que Jair Bolsonaro desferiu contra a infância nos seus quatro anos de governo. Não é um acaso que apenas 26% das crianças de 2 a 9 anos consigam realizar três refeições por dia. É uma decisão política.
Enquanto os apoiadores de Bolsonaro inventam que o presidente cuida das nossas crianças, Bolsonaro vetou o reajuste e a merenda escolar só tem bolacha e suco. É uma atitude inaceitável em um país em que um menino de apenas 11 anos ligou para a polícia e pediu ajuda ao ver a mãe chorar no canto por não ter o que dar de comer aos filhos.
Por culpa de Jair Bolsonaro, o número de crianças e adolescente em situação de rua mais que dobrou num intervalo de 15 anos, passando de 1.842, em 2007, para 3.759, em 2022, revela censo realizado pela Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social de São Paulo. Na capital do estado mais rico do país, quase 4000 crianças e adolescentes estão diariamente expostos a diferentes tipos de violências e violação de direitos.
Também não é à toa que, a cada hora, 73 crianças sofram violência no Brasil, sejam elas agressões físicas, psicológicas, abuso ou falta de acesso à alimentação e à educação. Jair Bolsonaro não gosta de criança porque, se gostasse, cuidaria delas.
Lula assumiu o compromisso de mudar essa realidade. Entre suas propostas, está a expansão de creches e escolas em tempo integral em todos o país. A medida tem impacto grande também na vida das mulheres brasileiras, outro alvo de ojeriza de Bolsonaro.
Hoje, cerca de 50% das famílias são mantidas pelas mães. E, nas camadas mais pobres, esse índice é ainda maior. Para garantir a segurança das crianças enquanto essas mulheres trabalharam, é fundamental que o Brasil tenha muitas creches.
O ex-presidente já provou que pode fazer. Entre 2007 e 2015, nos governos do PT, o Proinfância, programa de ampliação do acesso à educação infantil, construiu 8.787 creches e pré-escolas com investimento de R$ 10 bilhões.
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