Lula a evangélicos: “Respeito a dedicação e o amor com que realizam suas missões”

Ao receber apoio de pastores de 80 denominações religiosas, ex-presidente lembrou que foi ele quem sancionou as leis da liberdade religiosa e de criação da Marcha para Jesus

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Lula a evangélicos: "Respeito a dedicação e o amor com que realizam suas missões"

Em encontro com evangélicos no fim da manhã desta quarta-feira (19/10), em São Paulo (SP), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva condenou a exploração política da fé e reafirmou seus compromissos com as causas sociais e da família.

Mais uma vez, Lula desmentiu notícias falsas disseminadas pelos adversários na tentativa de comprometer sua imagem com setores da sociedade, como os fiéis das igrejas, e disse manter o mesmo respeito que, enquanto presidente, o levou a ações favoráveis a eles como a sanção da Lei da Liberdade Religiosa, a assinatura do Decreto que criou o dia Nacional da Marcha para Jesus e a Lei que criou o Dia Nacional dos Evangélicos.

Lula afirmou que, em 76 anos de vida, mais de 50 dos quais na militância política, nunca viu tanto ódio reinar no país por conta de mentiras, muitas vezes contadas por pastores dentro das igrejas, usando da autoridade de líder religioso para mentir e enganar fieis. “Isso depõe contra a igreja. Eu resolvi fazer a carta por respeito a vocês porque eu sei o quanto as pessoas sérias sofrem para enfrentar as pessoas mentirosas tanto na igreja evangélica quanto na igreja católica”.

Dona Lindu, amor e solidariedade

Ele lembrou da mãe dona Lindu, com quem aprendeu sobre respeito, solidariedade e amor. “Minha mãe dizia a mentira voa, a verdade engatinha”, disse, enfatizando que as invenções são para tentar impedir que ele ganhe as eleições. “Todo mundo que faz alguma coisa séria se explica. Jesus teve que se explicar a vida inteira porque as dúvidas que se colocam sobre a gente é uma das armas para evitar que a gente possa exercer a tarefa de ganhar as eleições”.

No encontro com mais de 100 pastores e pastoras e cerca de 300 convidados de 80 denominações evangélicas de nove estados diferentes, foi lida a Carta Compromisso com os Evangélicos, na qual Lula lembra o legado de seus governos relacionados à religião e à redução das desigualdades sociais.

“O nosso Povo sabe também que cuidei, com especial carinho, dos mais pobres e injustiçados e assim, sob as Bênçãos de Deus, meu governo contribuiu para melhorar a vida de milhões de famílias brasileiras”, diz trecho da carta, na qual o presidente nega que queria fechar igrejas ou que seja a favor do aborto, como dizem fake News que circulam sobre ele.

“Em meio a este triste escândalo do uso da Fé para fins eleitorais, assumo com vocês este compromisso: meu Governo jamais vai usar símbolos de sua Fé para fins político-partidários, respeitando as leis e as tradições que separam o Estado da Igreja, para que não haja interferência política na prática da Fé”, disse, destacando que em suas gestões as igrejas, principalmente as evangélicas, cresceram e até tiveram condições de enviar missionários a outros países.

Difusão do evangelho e assistência social

No documento, o ex-presidente disse que, se ganhar as eleições, manterá os direitos e vai estimular mais parcerias com as igrejas no cuidado com a vida das pessoas e das famílias brasileiras. “Declaro meu respeito e minha admiração pela fé, dedicação e amor com que os evangélicos realizam sua missão, seja na área da difusão do evangelho, seja na área da assistência social, proteção da infância, da juventude, das mulheres, dos idosos e das pessoas com deficiência”.

Irmão contra irmão

Candidato ao governo de São Paulo, o ex-ministro Fernando Haddad disse estar preocupado com o momento político em que o Estado coloca irmãos contra irmãos. “É muito triste ver padres, pastores e cardeais sendo agredidos. Isso não pode ser o Brasil, isso não vai nos levar à prosperidade econômica e ao avanço social. Temos que banir esse tipo de política do estado brasileiro”.

O ex-governador Geraldo Alckmin, vice de Lula, disse que é dever de todos se unir e trabalhar até o dia 30 para que o Brasil inicie um novo tempo de esperança, de desenvolvimento e emprego, amparo, paz e conciliação., “O futuro não é sina, o futuro a gente faz. Não tenho dúvida que o presidente Lula representa as melhores virtudes do cristianismo que é o amor ao próximo. Não é com mentira e com ódio, mas é com verdade e com amor”.