O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira (26/08), no Rio de Janeiro (RJ), que vai apoiar o estado a recuperar a indústria naval e de óleo e gás, para a geração de empregos. A afirmação foi feita durante encontro dele e do o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, com os deputados Marcelo Freixo e André Ceciliano, candidatos ao governo e ao senado.
“Eu quero ajudar o Rio a recuperar a indústria de óleo e gás, a indústria naval. Fazer com que o Rio volte a ser um estado promissor, um estado gerador de empregos, gerador de cultura”, disse Lula. O ex-presidente ressaltou que é orgulho para um chefe de família ter um emprego que permita cuidar da própria casa. “O emprego é o que mais dá dignidade ao ser humano, seja homem ou mulher. Quando você trabalha, você é remunerado corretamente por aquilo que você faz, e você volta para a sua casa com o pão de cada dia, ganho pelo seu suor”.
Crise social
No encontro, Freixo e Ceciliano entregaram ao ex-presidente o programa de governo para o estado do Rio, com propostas para a retomada dos empregos por meio da indústria naval e de óleo e gás, além de mobilidade urbana e segurança pública.
Freixo destacou que o estado do Rio vive uma crise social importante, com a taxa de desemprego de 14%, superior à média nacional. Nos últimos quatro anos, disse ele, o Rio perdeu 700 mil empregos. Sobre a exploração do gás, Freixo a destacou a retomada como “motor de desenvolvimento e de impulsionamento da economia muito forte e que precisa de investimento do governo federal.”
“Nós só vamos superar essa crise com credibilidade, transparência e capacidade de diálogo permanente com o governo federal, para trazer investimentos para o nosso estado. Precisamos muito do governo federal e o Lula sempre teve um olhar especial para nosso estado”, disse.
Indústria naval
Freixo observou também o cenário de desemprego que afeta o Rio. “A indústria naval no governo Lula foi o ponto alto de geração de empregos no nosso estado. Nos anos 2000 ela representava 20% do nosso PIB, hoje é menos de 10. Precisamos retomar essa área. É emprego na veia do setor popular e mais pobre, que é quem mais está precisando hoje”, lembrou.
Ceciliano relatou que a população das comunidades está desassistida pelo governo Bolsonaro, mas esperançosa por investimentos feitos no período em que Lula comandou o Palácio do Planalto. “Naquela época foram apartamentos, complexos esportivos, bibliotecas. Precisamos retomar o investimento no saneamento básico, em especial as obras estruturantes para gerar emprego”, disse ele.
“Hoje não temos nenhum investimento nas comunidades. E a retomada das obras, como o Arco Metropolitano, que está parado, o Complexo Petroquímico e a volta da indústria naval, são coisas fundamentais para dar tranquilidade para nosso povo”, explicou.
Estado presente
Outro ponto abordado por Lula durante o encontro foi o fim violência fluminense. E a necessidade de recuperar o “simbolismo das coisas boas” que o estado tem para oferecer ao povo brasileiro.
“Pouca gente tem noção do significado da importância do Rio de Janeiro. Se você [brasileiro] quer falar de música, fala do Rio, cultura, Rio. Precisamos recuperar o simbolismo das coisas boas para que as pessoas voltem a gostar do Rio de Janeiro e não tenham medo de vir cá”, disse.
Lula disse que o Estado deve estar presente nas comunidades. “Com educação, saúde, emprego, coleta e tratamento de esgoto, asfalto, luz elétrica, educação em tempo integral. E com áreas de lazer, com centros de cultura”, defendeu.
“O noticiário só fala de violência, bandidagem, guerra na favela, guerra não sei aonde. Quando, na verdade, todas essas guerras acontecem porque não existe o Estado presente, cumprindo com suas funções sociais”, declarou.