O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na manhã de hoje que a Amazônia, assim como outros biomas como Mata Atlântica e Cerrado, terá papel especial num eventual novo governo. Em entrevista ao portal UOL, Lula defendeu que, sem que haja destruição, a diversidade da região seja revertida em geração de riqueza para os que vivem lá.
“No nosso mandato, a Amazônia vai ter um papel especial. Não só a Amazônia, mas os outros biomas, o Cerrado, a Mata Atlântica, porque é preciso que a gente leve muito a sério a importância climática no planeta Terra, e o Brasil tem muita responsabilidade”, disse, destacando ser preciso construir com cientistas e governos do mundo todo o melhor jeito de pesquisar a região e explorar o potencial para desenvolvimento de diferentes tipos de indústria.
“Ao invés de ficar brigando a Amazônia é minha, é minha, a Amazônia tem que ser de todo mundo. Embora o Brasil tenha soberania sobre ela, a gente pode construir, com cientistas do mundo inteiro, com governos do mundo inteiro, um jeito de pesquisar a Amazônia e explorar todo seu potencial de desenvolvimento para que a gente gere emprego para as pessoas que vivem na Amazônia”.
Na conversa, Lula afirmou que recriará os ministérios que criou e que foram extintos pelo atual governo. Citou as pastas de Igualdade Racial, Direitos Humanos, Pesca e Cultura e repetiu ainda que haverá uma pasta exclusiva para tratar das questões indígenas, que será gerida por um indígena. “Quem vai tomar conta da Funai não precisa ser um advogado, não precisa ser um militar, pode ser um indígena. Eles estão preparados, eles se formaram, eles se preparam, conhecem o problema deles. Quem vai cuidar da saúde indígena por que não pode ser um indígena formado em medicina?”, pontuou.
Sobre o Ministério da Cultura, Lula afirmou que a pasta é muito importante e não pode ficar relegada a um lugar secundário, submetida a outro ministério. “A cultura vai ser muito importante. Além de criar o ministério, vamos criar comitês estaduais de cultura para ver se a gente consegue nacionalizar a cultura nesse país, para a gente ver o que acontece, do ponto de vista cultural, em Roraima, no Amapá, no Amazonas, no Pará, no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, no interior de São Paulo, no interior do Rio Grande do Sul. É preciso que à gente dê à cultura uma compreensão inclusive de indústria geradora de milhões de empregos. É preciso tratar isso com muito carinho”.
O ex-presidente voltou a destacar a excepcional riqueza cultural do Brasil. “É só andar o Brasil para a gente entender o que é a riqueza cultura. Acho que poucos países no mundo têm a riqueza cultural que tem o Brasil. É preciso fazer com que isso aflore e que o povo possa ter conhecimento da riqueza cultural que o Brasil tem. Chega de coisa ruim na televisão. É preciso colocar as coisas boas”.
Lula defendeu ainda que um país das dimensões do Brasil precisa de um Ministério do Planejamento para planejar projetos de curto, médio e longo prazo, e destacou ainda a necessidade de uma indústria naval poderosa, já que o país tem costa marítima “extraordinária”
“Nós vamos criar os ministérios que forem preciso criar. Eu acho que é uma bobagem a gente achar que ministério custa muito”.
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