Lula fará pacto contra o atraso educacional

O ex-presidente lamentou a situação de abandono da educação no país, que sofre com cortes no orçamento e com ausência de dados confiáveis do governo

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Lula no debate presidencial

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse neste domingo (28), no primeiro debate com candidatos à Presidência da República, que pretende se reunir com governadores e prefeitos das capitais, já em janeiro. O objetivo é atuar para combater o atraso educacional de crianças e jovens imposto pela pandemia e pelos cortes orçamentários no governo Bolsonaro.

“Logo no começo de janeiro vou convocar uma reunião com todos os governadores de estado, prefeitos das capitais, para que a gente possa fazer um pacto, fazer uma verdadeira guerra contra o atraso educacional que a pandemia deixou e contra corte de dinheiro que houve na educação. Quando eu fui presidente, quintupliquei o orçamento da Educação, porque eu acreditava que era necessário melhorar a educação. Lamentavelmente, a educação foi abandonada nesse país”, disse.

Contra a educação

Sem citar o presidente Jair Bolsonaro, Lula recordou que, atualmente, o Ministério da Educação (MEC) não fornece os dados de quantos alunos estão com o grau de educação abaixo do ideal, num sinal claro de sucateamento da pasta.

“Hoje nós temos dois tipos de estudante: nós temos aquele que teve acesso a tablet, a computador e que continuou estudando durante a pandemia, e nós temos aqueles mais pobres, que não conseguiram acompanhar, ficaram sem ir pra aula. Além disso, nós temos, no Ensino Médio, uma quantidade de evasão escolar muito grande”, pontou o ex-presidente.

Lula lembrou que seus governos espalharam universidades pelo Brasil e que o Prouni foi a maior revolução educacional do país. “Milhões de meninos da periferia, meninos negros e negras, que estudaram em escola pública, tiveram oportunidade de, pela primeira vez, fazer universidade, que era privilégio de rico, era privilégio da classe média alta”, afirmou.

O ex-presidente mencionou a contradição de o Brasil só vir a ter universidade no começo do século 20, enquanto o Chile criou a sua primeira em 1554. “Esse país é tão contra a educação, que o Peru teve a sua primeira universidade em 1554 e a nossa primeira foi em 1920. Ou seja, a elite brasileira nunca se preocupou em educar, precisou um metalúrgico, sem diploma, cuidar disso”.

O debate é realizado por um pool de veículos que inclui a TV e rádios do Grupo Bandeirantes, o jornal Metro, a TV Cultura, o UOL e a Folha de São Paulo.