Lula: “Temos que tirar a palavra gasto dos dicionários da saúde e da educação”

Ex-presidente lembrou o legado dos governos do PT, defendeu valorização do SUS e reconheceu importância dos profissionais no enfrentamento da pandemia

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Lula participa de conferência popular de saúde

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez hoje uma defesa incisiva da saúde pública como direito universal, conforme prevê a Constituição, e afirmou que os investimentos no setor não podem ser considerados gastos.

“Nós não podemos continuar usando a palavra gasto quando se trata de cuidar da saúde do povo brasileiro. (…) É preciso tirar a palavra gasto do dicionário que fala em saúde e que fala em educação porque são dois bens públicos para esse país”, enfatizou.

Aplaudido de pé por uma plateia de especialistas, parlamentares e ex-ministros, durante a Conferência Livre, Democrática e Popular de Saúde, realizada em São Paulo, o ex-presidente refletiu sobre os custos para manter uma pessoa saudável e concluiu que o Estado também ganha.

“A gente tem que avaliar quanto custa para um país uma pessoa saudável, uma pessoa com saúde, uma pessoa podendo trabalhar a semana inteira, podendo fazer esporte, podendo brincar, podendo correr. A capacidade produtiva e intelectual cresce muito e melhora a capacidade produtiva do país. O país ganha com isso”, disse, pontuando também que num eventual novo governo não haverá lei impondo teto de gasto.

Melhoria nos governos petistas não foi obra do acaso

Num discurso em que lembrou o legado dos governos petistas na área, defendeu a valorização do SUS e reconheceu a importância dos profissionais de saúde no enfrentamento da Covid-19, Lula destacou necessidade de garantia total e plena à saúde e disse que a saúde pública está dividida em dois momentos históricos, o antes e o depois da pandemia.

O ex-presidente ressaltou a importância de outras políticas públicas dos governos petistas para que a gestão da saúde do período tenha sido bem-sucedida. “A melhoria da saúde do povo durante os nossos governos não foi obra do acaso. Antes de tudo, nós garantimos que cada brasileiro e cada brasileira fizesse pelo menos três refeições por dia”, contou.

Lula mencionou também a geração de 20 milhões de empregos com carteira assinada, a valorização de 74% do salário mínimo, o Minha Casa Minha Vida e as obras de saneamento que beneficiaram especialmente a população negra e pobre. “Sem isso a gente não pode falar em saúde. A insegurança alimentar, o desemprego, a inflação descontrolada e a queda da renda familiar têm repercussões profundas na saúde do nosso povo”.

Experiência para tirar o Brasil do lamaçal

Candidato à Presidência pelo Movimento Vamos Juntos pelo Brasil (PT, PSB, PCdoB, PSol, Rede, Avante e Solidariedade), com o ex-governador Geraldo Alckmin como vice, Lula confidenciou que está voltando a se candidatar para reconstruir o Brasil e retomar as políticas destruídas pelo atual governo.

“A gente vai disputar uma eleição com um candidato que foi o presidente da República mais exitoso de políticas públicas da história desse país e tendo como vice um governador de Estado que tem a experiência de governar, durante 16 anos, o estado mais populoso e mais rico do Brasil. Portanto, não falta ao presidente e ao vice experiência para tentar tirar esse país do lamaçal em que ele se encontra e colocá-lo outra vez no berço da democracia”, disse, repetindo que se voltar terá que trabalhar mais e fazer melhor do que fez nos demais mandatos.