Lula no Pará: “A minha causa é recuperar esse país”

Em encontro de cultura em Belém, ex-presidente disse que é preciso estender a mão aos mais pobres, a quem tem fome

Compartilhar:

Lula diz em evento no Pará que a sua causa é recuperar o país da crise

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que sua motivação para voltar ao governo é melhorar a qualidade de vida das pessoas, e lamentou que o país tenha voltado ao mapa da fome. Lula esteve nesta quinta-feira (01/09), em Belém (PA), em reunião com fazedores de cultura.

“A minha causa é recuperar esse país. Eu não me conformo do terceiro produtor de alimento do mundo ter 33 milhões de pessoas passando fome. Do primeiro produtor de proteína animal do mundo ter gente na fila do açougue para pegar um maldito osso ou carcaça de frango. Não é possível a gente aceitar uma humanidade que produz alimento para todos os 7 bilhões de seres humanos ter 900 milhões de pessoas que vão dormir todo dia sem ter o que comer”, lamentou o ex-presidente.

Segundo levantamento da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan), o número de pessoas que passam fome no país subiu para 33,1 milhões. O país voltou ao patamar de 30 anos atrás, de onde só tinha saído nos governos de Lula e Dilma Rousseff.

Estender a mão

Lula recordou então seu passado no agreste pernambucano, quando passou fome ainda na infância, na cidade de Garanhuns. “Eu sei o que é isso, companheiros, porque já passei muita fome. Quem está conversando com a gente não vê que a gente está com fome. Então, nós que temos o que comer, temos que estender a mão para aquele que não tem, nós temos que voltar a ser solidários, generosos”, argumentou.

O ex-presidente também criticou a superficialidade nas relações contemporâneas e disse que a Cultura, a partir de um Ministério que valorize artistas, pode tocar as pessoas, para que elas enxerguem um mundo diferente, melhor.

“Nós não podemos aceitar deixarmos de ser seres humanos para virarmos algoritmo. Não podemos, gente! Nós temos que ter sentimento, compaixão com os nossos irmãos e irmãs que podem menos que a gente. E quem pode fazer esse país dar um salto de qualidade se não vocês, representantes da cultura? Se não vocês, quem vai falar com milhões de pessoas todos os dias, em teatro, cinema, rádio, televisão, na rua!?”, completou.