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‘Vote! Esse país será do tamanho que você quiser’: Os melhores momentos de Lula no Ratinho

A pergunta do apresentador Ratinho foi certeira, e é uma dúvida que todo mundo tem. Como é que Lula aumentar o salário mínimo? A resposta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi certeira e rápida: “Aumentando!” Assim, com a serenidade de quem já fez e pode fazer melhor, de quem tem a experiência e, mais importante do que tudo, de quem criou a lei que tornou a valorização do salário mínimo acima da inflação uma regra. Assim começou a entrevista do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quinta (22), ao Programa do Ratinho do SBT.

“Faltam poucos dias. Queria que você comparecesse, você que pensa em se abster, que não gosta de ninguém. Vá à urna e vote! […] Assuma a responsabilidade! Esse país será da qualidade que você quiser, do tamanho que você quiser. E vai ser bom! Deposite amor nas urnas, e não ódio!

O ex-presidente explicou por que concorre hoje à Presidência. “As circunstâncias políticas fizeram com que um conjunto de pessoas da sociedade brasileira, meu partido e mais dez partidos que nos apoiam, me escolhessem para ser o candidato. Porque, pela experiência acumulada, pela capacidade da construção da aliança que nós tivemos, inclusive trazendo o Alckmin para ser meu candidato a vice”, contou.

“Eu aprendi que você não pode ficar fazendo política com o fígado. Uma disputa política é como um jogo de futebol. No jogo de futebol, se você vai jogar num time contra o teu irmão, ele vai te dar pontapé para você não marcar gol. Numa disputa política, todo candidato quer mostrar que é melhor do que o outro. E o Alckmin fazia isso. E era o papel dele. Na verdade, como eu estava na frente, eu tinha que estar mais tranquilo. Então, veja, eu acho o Alckmin um homem de bem, uma pessoa de lisa postura, uma educação refinada. O acúmulo de experiência que ele tem, Ratinho, vai fazer com que a gente possa reconstruir o nosso Brasil.”

Sobre a pergunta de como Lula vai fortalecer o salário mínimo, uma das propostas de sua candidatura, Lula lembrou no Ratinho que, quando ele era presidente, a valorização acima da inflação virou lei.

“Você repunha aquilo que era a inflação, e você dava o aumento de salário de acordo com o crescimento do PIB. Olha, se o PIB crescer 5%, você dá inflação e mais 5%. Se o PIB não crescer nada, você dá a inflação e não dá nada. Foi assim que nós fizemos durante o nosso governo e, por isso, o salário mínimo aumentou 77%.”

Lula aproveitou a oportunidade de conversar com Ratinho para esclarecer algumas das grandes e velhas fakes que são muito usadas pelo gabinete do ódio para criar cortinas de fumaça, causar sentimentos negativos e deturpar os debates que precisam acontecer na sociedade.

A primeira delas foi sobre a regulação da mídia. A verdade é uma só. Com a palavra, Lula: “É importante a gente lembrar que a última regulação foi de 1962. A gente ainda vivia nos tempos do telégrafo. Então é preciso tentar adaptar a legislação à realidade contemporânea que estamos vivendo”.

Como lembrou o ex-presidente, “você não pode regular revista, você não pode regular jornal, você pode tentar fazer com que os meios de comunicação no campo eletrônico e na internet possam ser regulados de acordo com os interesses da sociedade”.

“O povo sabe que fui melhor presidente desse país porque cuidei do povo. O nome certo não é governar, o nome certo é cuidar.”

“Eu sou o único dos candidatos que não precisa falar “eu acho que pode fazer”, porque eu já fiz!”

Lula lembrou também no Ratinho que, ao contrário do que gosta de propagar a indústria de fake news, o BNDES empresta dinheiro, a empresa é obrigada a contratar uma empresa brasileira. Além disso, os componentes são comprados do Brasil. “Então, na verdade, o que você tá fazendo é exportando, além de você receber o seu dinheiro de volta.”

“Você tá lembrado que quando o Delfim era ministro, quando o Furlan era ministro, o Brasil vivia de joelhos junto ao FMI, todo mês descia um casal, um homem e uma mulher de Washington para vir aqui fiscalizar nossas contas. Eu simplesmente acabei com isso, porque eu aprendi com minha mãe que eu só posso fazer dívida que eu possa pagar. Eu só posso gastar aquilo que eu ganho. Então, eu paguei o FMI. Emprestei 15 bilhões para o FMI e fizemos uma reservazinha de 370 bilhões de dólares, coisa que o Brasil não tinha.”

“O povo gosta de coisa boa. Ninguém faz a opção de sofrimento. Eu sou o presidente que mais fez universidades nesse país! Que mais fez escolas técnicas. E nós vamos fazer mais uma vez uma revolução na educação, na tecnologia, na cultura.”

“Ninguém fez políticas de obras e investimentos, de inclusão social, como eu fiz. Nós geramos 20 milhões de empregos, reduzimos a dívida interna. E todas as categorias de trabalhadores recebiam aumento salarial acima da inflação.”

“É possível reduzir o preço da comida aumentando a produção. Na crise de 2008, eu criei o Mais Alimentos para financiar tratos e implementos agrícolas para a agricultura.”

“O que eu quero é construir um mundo mais harmonioso. Até você dava mais risada, Ratinho. O seu público que está nos assistindo sabe que comia melhor, passeava mais, viajava de avião…”

“É importante exportar engenharia. Quando fazemos isso nós estamos vendendo produtos brasileiros e exportando conhecimento. O Brasil é o único país do mundo que obriga, quando alguém recebe financiamento, a contratar empresas brasileiras. Além de exportar peças, equipamentos, caminhão, tratores, é uma coisa boa para os países.”

No Ratinho, Lula disse que vai investir em ferrovias para fortalecer o transporte intermodal, que é aquele que utiliza mais de um meio, com trem, avião e caminhões, para carregar um produto de um local para o outro.

“Precisamos fazer mais ferrovias. Se o Estado não for o indutor do investimento, ele não acontece. Nós vamos apostar em ferrovias para fortalecer o sistema intermodal de transportes no Brasil. Temos uma costa marítima de 8 mil quilômetros, precisamos de mais navios para carregar cargas de um lugar para o outro, precisamos de trem, de caminhões.”

“Quem começou a fazer o metrô de Caracas, na Venezuela, foi o Fernando Henrique Cardoso. Quando o BNDS [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social] faz um empréstimo, primeiro, quem pega o dinheiro é obrigado a contratar uma empresa brasileira. Segundo, os componentes para a obra são comprados no Brasil. Além de receber o dinheiro emprestado de volta ainda exportamos nossos produtos. O mundo inteiro faz isso. O Brasil se desenvolveu por causa do dinheiro que os Estados Unidos colocaram aqui no começo do século passado.”

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