Em discurso no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro (RJ), nesta terça-feira (12/10), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que estava emocionado ao reencontrar e conversar com os moradores de uma das maiores comunidades da capital fluminense. E declarou que a ideia de voltar a ser presidente da República é provar para a elite do país que, outra vez, um metalúrgico vai consertar o Brasil.
“Para mim, que já fiz comício em vários lugares do mundo, é uma alegria estar junto com o povo que vive sacrifício, que passa necessidade e que trabalha, dia e noite, ralando para poder sustentar a sua família. E eu queria dizer para vocês que a ideia de voltar a ser presidente da República é para provar para a elite que governa esse país desde 1500 que outra vez um metalúrgico vai consertar esse país”, disse, enfatizando a necessidade de um governo de amor, que distribua livros em vez de facilitar a compra de armas.
O ex-presidente voltou a sinalizar prioridades, como combater a fome, fazendo com o que o povo volte a comer três vezes ao dia e gerar emprego, com proteção social também para o microempreendedor que trabalha sem carteira. Outra preocupação destacada por Lula é a garantir que jovens de todas as classes sociais tenham acesso à universidade. “Esse país vai voltar a dizer que não vai ser a polícia que vai resolver os problemas da comunidade. Quem resolve os problemas da comunidade é o Estado fazendo aquilo que tem que fazer. Fazendo educação, saúde, lazer, cultura para que as pessoas tenham como viver bem na comunidade”.
Obras do PAC pelo caminho
Na caminhada pela Estrada do Itararé, um dos acessos tradicionais do Complexo do Alemão, Lula passou por projetos construídos no período de seu governo, como moradias construídas pelo Minha Casa, Minha Vida e clínica da família, construídos pelo PAC. E desafiou os presentes a encontrarem no local obras erguidas por Jair Bolsonaro.
“É importante quem achar uma casa verde e amarela do Bozo, me avisar. A única casa que ele fez foram os 51 imóveis que comprou com 26 milhões em dinheiro. Companheiros e companheiras, aqui não tem rachadinha. Tem o povo brasileiro, o povo carioca e o povo do Complexo do Alemão”.
Lula mencionou declaração de Bolsonaro chamando os nordestinos de ignorantes e disse que o adversário não tem noção do que é o povo nordestino nem do que é o próprio povo carioca porque a vida de Bolsonaro sempre foi ligada aos milicianos que mataram Marielle Franco. “Eu tenho pedido para qualquer pessoa que tem uma gota de sangue nordestino não votar nesse cidadão porque ele não serve para presidir nem o Rio de Janeiro, nem São Paulo e muito menos o Nordeste brasileiro porque não conhece o povo”, disse, acrescentando que Jair Bolsonaro conta sete mentiras por dia e só sabe mentir.
Presidente que mais fez pelo Rio de Janeiro
O ex-presidente também lembrou das ações dos seus governos no estado do Rio de Janeiro e disse que nunca antes o estado recebeu tantos investimentos. “Nunca um presidente da República construiu tantas casas populares como nós construímos, nunca gerou-se tanto emprego como no tempo que eu era presidente da República”, disse, lembrando especificamente o projeto de recuperação da indústria naval, que resultou na construção de oito estaleiro, sondas e plataformas e fez com que o número de empregados do setor passasse de 3 mil para mais de 80 mil.
Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro, respaldou as palavras do ex-presidente. “Quando Lula era presidente, a gente tinha esperança, tinha projeto, tinha política pública para o povo simples, o povo humilde e o povo da favela. Desafio qualquer pessoa de comunidade de periferia e até rico a dizer qualquer coisa que Bolsonaro tenha feito para o Rio de janeiro. Ele não fez nada. Absolutamente nada”, afirmou, acrescentando que Lula foi o que mais fez para o povo pobre do Rio. O prefeito disse que a missão de todos até 30 de outubro é conversar, alertar, chamar a atenção de todos para os projetos em disputa e para virar votos do primeiro turno e dar vitória contundente a Lula no Rio de Janeiro.
