Missão de Lula é refazer pontes entre o Brasil e o mundo, diz jornal britânico

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As viagens do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu significado para a superação do descrédito internacional criado pelo desastre do governo Bolsonaro são destaque no jornal britânico The Guardian na primeira segunda-feira de 2022. A publicação afirma que a missão de Lula é “refazer pontes” e ressalta que o ex-presidente seguirá com uma intensa agenda de visitas internacionais neste ano.

Citando fontes ouvidas pela reportagem, o Guardian afirma que as viagens de 2022 seguem a mesma linha das realizadas pela Europa e para a Argentina e que marcaram o ano de 2021. A agenda tem como objetivo “reparar a reputação internacional do país sul-americano e denunciar a ameaça de Bolsonaro à jovem democracia do Brasil”.

No final de janeiro, Lula deve viajar ao México para se encontrar com o presidente Andrés Manuel Lopez Obrador. O jornal faz um paralelo entre esta viagem e o encontro com o presidente argentino, Alberto Fernández, e a vice-presidenta, Cristina Kirchner, no início de dezembro, quando as conversas giraram em torno de uma retomada dos governos progressistas na América Latina.

The Guardian ainda cita que Lula deve, possivelmente, viajar para os Estados Unidos, a Rússia e a China, além de uma nova passagem pela Europa ao longo deste ano.

– Veja como foi a viagem do ex-presidente Lula à Europa em novembro de 2021 –

Ouvido pelo repórter Tom Phillips, o ex-ministro e atual deputado federal Alexandre Padilha disse que o mundo vê Lula como “um político popular e experiente que defende o diálogo” e que tem “interesse em proteger o meio ambiente e reduzir a pobreza e a desigualdade”. Uma antítese, enfim, do atual presidente brasileiro. “A imagem de Bolsonaro é de destruição. De um líder de extrema direita que é antiambiental [e] antivacina e condenou o Brasil à maior tragédia humana da nossa história”, comentou Padilha.

Para o cientista político Cláudio Couto, professor da FGV, “este é um trunfo para Lula”. Na avaliação de Couto, mesmo as elites econômicas do Brasil, que ajudaram a eleger Bolsonaro, agora perceberam que Lula merecia respeito internacional, enquanto Bolsonaro foi amplamente rejeitado por sua forma de lidar com o coronavírus e o meio ambiente.

A reportagem pode ser lida no site do jornal The Guardian.


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