Nossa candidatura defende a verdade e a democracia, diz Lula

Em pronunciamento à imprensa, ex-presidente disse que a disputa é entre um democrata e um genocida, responsável por quase metade das mortes por Covid

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Em pronunciamento à imprensa, após reunião da coordenação da campanha nesta segunda-feira (03/10), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou a diferença entre as duas candidaturas no segundo turno e a importância do debate, para que a sociedade conheça os projetos que estão em disputa. “Um lado defende a democracia e o Estado de bem-estar social e o outro que é genocida, responsável ao menos por metade das mortes por Covid, por conta de irresponsabilidade governamental”, afirmou.

Vencedor da primeira etapa destas eleições, com mais de 57,2 milhões de votos, o ex-presidente afirmou que a polarização no Brasil é real, com projetos opostos disputando a presidência e elencou os temas principais que precisam ser abordados, entre eles, a questão climática. “Temos uma discussão sobre a questão climática para nos opor ao adversário e mostrar, não só ao povo brasileiro, mas ao mundo, a importância de a gente cuidar da questão ambiental com o respeito e o com carinho que eles (o governo Bolsonaro) não cuidam”.

Além da questão do clima, ele destacou o fortalecimento do SUS e ampliação dos investimentos em saúde e educação. E também a manutenção de um programa de transferência de renda para as famílias mais pobres, como o Bolsa Família, que exige contrapartidas de quem recebe, como manutenção do filho na escola, vacinação e acompanhamento gestantes, por exemplo.

Após fala da presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, e ao lado do ex-governador Geraldo Alckmin, da esposa Janja e de outros nomes importantes da coordenação e campanha, como Luciana Santos (PCdoB), Lula afirmou que o segundo turno será uma oportunidade para fazer o debate que não foi feito no primeiro turno.

Democrata X genocida

Fotos: Ricardo Stuckert

“A sociedade brasileira vai entender a diferença entre a nossa candidatura que defende a verdade e a democracia, um estado de bem-estar social e a participação efetiva de mulheres e negros na política e a de um candidato que não gosta de democracia, que não gosta de cultura, que não gosta de livro, que prefere falar em armas, que não tem piedade nem compaixão da fome de 31 milhões de pessoas nesse país”, disse, acrescentando que essas diferenças ficarão visíveis a partir de amanhã, quando recomeça a campanha pelo país.

O ex-presidente também destacou a necessidade de se debater a questão do emprego, no contexto da nova relação entre capital e trabalho, de forma que, embora ninguém queira que volte ao que era antigamente, não é possível continuar numa situação em que o trabalhador não tem direito nenhum.

Lula fez um balanço positivo do primeiro turno e destacou o fato de o atual presidente, pela primeira vez na história recente, disputar as eleições perdendo no primeiro turno. Ele disse ser especialista em ganhar eleições em segundo turno e contou que a partir de manhã a campanha vai percorrer o Brasil para conversar com todos, especialmente com os que não votaram nele.

“Obter ontem a vitória que nós obtivemos, temos que agradecer a primeiramente a Deus, depois a vocês e aos eleitores brasileiros porque quem teve a vitória que tivemos ontem, seguramente essa vitória será aumentada para o segundo turno”, disse, ressaltando apoios que recebeu nesta segunda-feira, como de Tasso Jereissati e Roberto Freire e brincando com a imprensa. “Se tiver jornalista ou fotógrafo indeciso, me diga que vou aí falar com vocês”.