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Orçamento secreto é o maior escândalo de corrupção da história. Entenda

É o maior esquema de corrupção da história do nosso país. E o presidente Jair Bolsonaro sabe disso. As sucessivas denúncias de lavagem de dinheiro e desvios não mentem: o orçamento secreto de Jair afunda o país em corrupção, e a gente fica sabendo só depois. Vão fugir do assunto e evitar responder, mas a verdade é que Bolsonaro não vetou o orçamento secreto. Ou melhor: vetou, mas deixou acontecer e depois ainda liberou. O que dá na mesma.

O presidente realmente vetou duas vezes dispositivos para o Orçamento de 2020 e de 2021. Mas, na primeira vez, o vetou foi derrubado pelo Congresso. Na segunda, fez um acordo. Na prática, foi quem permitiu que tudo rolasse como a gente conhece hoje em dia.

Já em 2022 e 2023, Bolsonaro sancionou o projeto sem vetos relacionados ao orçamento secreto. Ou seja, autorizou que a prática continuasse.

Quando as denúncias saem, Bolsonaro tenta abafar porque, para ele, sem investigação, não tem corrupção. Tudo para mudar de assunto e abafar o quanto ele é ruim de trabalho e de política. Em vez de construir democraticamente políticas com o Legislativo, achou mais fácil comprar o apoio de parlamentares. E deu no que deu: o maior escândalo de corrupção da história.

Entenda o que é o orçamento secreto

Criamos uma metáfora para explicar exatamente como funciona o orçamento secreto e por que Lula 13 vai acabar com essa mamata do bolsonarismo. E vale lembrar que é mentira que Bolsonaro vetou o orçamento secreto.

Imagine se, um dia, por qualquer razão, você passasse a entregar todo o seu salário para um marido, amigo ou familiar, e essa pessoa ficasse responsável por pagar todas as contas e gerir as necessidades da casa. Você pede para a pessoa deixar tudo na ponta do lápis, e explica o que é mais urgente (o mercado do mês, por exemplo), e o que pode esperar (uma roupa nova).

Esse seria o Orçamento da União, que é o dinheiro que o país tem para resolver todas as suas necessidades. E há regras e leis que ditam quais são as prioridades de investimento por parte do Estado.

De repente, essa pessoa para de te mostrar os comprovantes de pagamento e de te dar qualquer explicação. Você não fica sabendo de nada do que ela faz com o dinheiro, e nem pode perguntar. Como você pode garantir que o dinheiro que precisa ir para o aluguel vai para o aluguel, que o do gás compre o botijão e que tenha como pagar a feira do mês? Você não garante.

Esse é o sigilo de 100 anos, que esconde informações essenciais que deveriam ser de conhecimento da população. Como quais são as contas pagas com o cartão corporativo do presidente da República, por exemplo.

Você deixa bem claro que o dinheiro é responsabilidade daquela pessoa, mas ela diz não entender de economia, é agressiva quando você pergunta e ainda mente na sua cara para esconder o que ela faz quando você não está olhando.

Esse é Jair Bolsonaro. Por lei, é responsabilidade do Executivo gerir os recursos do Orçamento da União. Mas Bolsonaro terceirizou essa obrigação que ele foi eleito para cumprir e se recusa a prestar contas a quem quer que seja.

Agora imagine se a pessoa responsável por todo o seu dinheiro e suas contas gastasse tudo o que tem com os amigos em troca de favores sem você saber. Como tudo é segredo, é tudo feito pelas suas costas. Ele paga a conta de todo mundo para ser querido por todos, ou compra presentes e agrados para uma turma que, você bem sabe, faria de tudo para limpar a barra dele.

Esse é o orçamento secreto, um toma lá, dá cá que troca apoio entre o presidente e o deputados (a turma dele) que aceitam apoiá-lo a qualquer custo, desde que consigam manter a mamata. Foi assim que ficaram popularmente conhecidas as emendas de relator, instrumentalizadas pelo presidente para conseguir apoio no Congresso Nacional. Em português , o orçamento secreto é a versão bolsonarista do velho toma-lá-da-cá da política.

Além de conferir superpoderes inéditos a parlamentares, o esquema atropela leis orçamentárias, não publiciza valores e destinações e não garante qualquer distribuição igualitária entre os congressistas: a receita para o troca-troca de apoios e votos. 

Desde o ano passado, o orçamento secreto ganhou finalidade extra, que é a de tentar barrar um eventual possível processo de impeachment por conta de todos os escândalos e ameaças democráticas que marcam a atual gestão. Como explica reportagem do Nexo, o esquema tem como objetivo também garantir apoio necessário para barrar um processo de impeachment de Bolsonaro durante um período em que o presidente enfrenta alta rejeição e faz constantes ameaças à democracia.

Às vésperas das eleições 2022, virou um negócio bom para todos os envolvidos, menos para o Brasil. Deputados conseguem dinheiro para anunciar obras nos seus estados e tentar a reeleição e, em troca, aprovam os delírios do presidente da República.

Voltando à metáfora: Se os amigos para quem ele deu o dinheiro pagassem as suas contas, ficaria tudo bem. Mas ninguém paga os seus boletos.

Para você não desconfiar, pode até ser que eles façam alguma reforma, com muito alarde e obra mal feita. Pode ser que contratem alguém para dar uma demão de tinta na sua casa, ou consertar aquele vazamento que já faz aniversário no banheiro. Só que daí dizem para você que o trabalho (malfeito) custou (bem) mais do que o que foi pago, e embolsam a diferença.

Isso, em português direto, é corrupção.

É como se o dinheiro deixasse de ser público e organizado pelo Congresso e passasse a “ser” daquele único deputado beneficiado. Não seria tão grave se o dinheiro fosse destinado a compras e obras de que cada estado realmente necessita, mas não é.

A realidade é R$ 1 bilhão desviado no Bolsolão do asfalto, um governo que entregou um asfalto que desmancha e tem uma qualidade tão baixa que é apelidado pelos moradores de “asfalto sonrisal”. E tem ainda município com mais caminhão de lixo do que lixo. Ou a cidade mais banguela do Brasil, Pedreiras, no Maranhão, que tem 39 mil habitantes, mas realizou 540,6 mil extrações de dente em um ano. É como se cada morador tivesse arrancado 14 dentes! A conta não fecha!

A conclusão é simples: o dinheiro que você ganha não vai para os boletos e compras que você precisa saber. Como tudo é segredo, você só fica sabendo disso quando começam as ligações de cobrança o dia todo na sua orelha. Só que, aí, o dinheiro já foi e mal deixou rastro. O resultado é você endividado, sem as coisas que precisa e ainda se sentindo mal por ter confiado em alguém que não era digno da sua confiança.

Esses somos nós, o povo brasileiro que pagamos impostos sem saber onde o nosso dinheiro está sendo gasto ou no bolso de quem ele foi parar.

A coisa piora, porque para garantir o orçamento secreto, Bolsonaro tira do povo.

Quando as denúncias saem, Bolsonaro tenta abafar porque, para ele, sem investigação, não tem corrupção. Mas a gente sabe que dinheiro não pode ser secreto e, se a gente não cuidar do que é nosso, logo, logo a gente acaba sem nada. Por isso, no dia 30 de outubro, é Lula 13 e fora Bolsonaro!

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