Fila do osso para uns e picanha de R$ 1.800 com propaganda ilegal para outros

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Em sua sanha negacionista por disseminar ódio e mentiras, Bolsonaro não tem tempo para se preocupar com a fome que volta a assolar o Brasil. Mais de 7,5 milhões de brasileiros passam um dia inteiro sem comer, e 116 milhões de pessoas estão em situação de insegurança alimentar. Pessoas esperam horas em filas para receberem doação de ossos de boi (no estado brasileiro que mais exporta carne bovina) e cidadãos se desesperam ao perceber que a alta nos preços tirará a carne, o frango e o ovo de suas mesas. Enquanto isso, em sua melhor versão Maria Antonieta, Bolsonaro parece falar: “se não têm carne, que comam picanha a R$ 1800 o quilo”.

A história da tal picanha Mito, ostentada por Bolsonaro em churrasco no dia das mães, choca por uma série de motivos. Trata-se de corte de carne nobre, do gado japonês Wagyu, comercializada pelo Frigorífico Goiás apoiador de Bolsonaro ao menos desde a campanha fraudulenta de 2018. O corte assado no dia da foto não foi o único presente que o açougue deu a Bolsonaro.

Em 2018, o Frigorífico Goiás foi intimado pelo Tribunal Regional Eleitoral de Goiás por propaganda eleitoral indevida, em duas ocasiões. Em uma promoção ilegal, o açougue vendia picanha a R$ 17 para quem estivesse usando adesivo da candidatura de Bolsonaro.

Exemplo de postagem nas redes sociais do frigorífico

O TRE determinou a imediata remoção da propaganda – a decisão do tribunal foi ridiculariza pelo estabelecimento nas redes sociais, com nova propaganda de apoio a Bolsonaro. O frigorífico foi intimado também a remover promoção que anunciava carnes de terceira a R$ 13, com uma bandeja de mortadela de brinde, em referência jocosa direta ao candidato do PT.

Postagem no Facebook do Frigorífico Goiás, em 23 de outubro de 2018

Desde 2019, o frigorífico bolsonarista oferece um kit Churrasco com diversos tipos de carne em embalagens que homenageiam o presidente. Em suas redes, anuncia a venda de diversos cortes do gado Wagyu – como o de R$1800 degustado pelo genocida. Vale notar também que o açougue não tem permissão para comercializar Wagyu no Brasil.