Que o presidente Jair Bolsonaro não é muito chegado a pegar no batente, não é novidade. O negócio dele mesmo é motociata e andar de jet-ski, não por acaso o país encontra-se em total abandono. Um novo estudo chamado “Deixa o Homem Trabalhar” mostra que Bolsonaro cumpriu expediente médio de apenas 4,8 horas, 20% a menos do que um estagiário, desde que assumiu a presidência da República.
O levantamento foi realizado pelo cientista político Dalson Figueiredo (UFPE/OXFORD), com co-autoria de Lucas Silva (UNCISAL) e Juliano Domingues (UNICAP) com base na agenda oficial divulgada pelo Planalto desde 2019. De acordo com a pesquisa, a média de horas trabalhadas por Bolsonaro vem caindo, passando das já poucas 5,6 horas em 2019 para apenas 3,6 horas em 2022, uma redução de 35% em dois anos.
E tem mais, as médias indicadas na pesquisa ainda incluem o tempo de deslocamento de Bolsonaro para os compromissos. Sendo assim, sempre que trabalhou mais de cinco horas por dia, foram levadas em conta as horas em que ele estava em trânsito.
Bolsonaro trabalha em média, 18 horas semanais a menos do que um trabalhador sob regime da CLT. Mesmo assim, ele ganha quase 26 salários mínimos – um total de R$ 30.934,70 mensais, fora benefícios. O trabalhador precisa sobreviver com R$ 1212 por mês, e cercade 35% dos trabalhadores ganha menos de um salário por mês. No final do ano passado, um quadro comparativo de horas trabalhadas rodou pelas redes sociais. E é realmente revoltante.
O dia em que Bolsonaro menos trabalha é na sexta-feira, e ele próprio admite isso. O dia é usado para atualizar suas redes sociais. Bom, as prioridades do presidente estão muito bem definidas. Atualizar as redes sociais pode ser entendido como sinônimo de espalhar fake news.
A piada já é tamanha que o presidente do Brasil ganhou o apelido de vereador federal nas redes sociais, ainda no ano passado. E um bot (uma espécie de robô) do Twitter calcula e divulga quantas horas o presidente trabalhou naquele dia. Seria muito cômico, se não fosse extremamente trágico.
Em março deste ano, a revista Veja divulgou que o presidente teve uma média de menos de três horas trabalhadas por dia no mês. “O mês de março, como um todo, tem sido de poucos compromissos para o presidente. Nos seis dias úteis que o mês teve até então, Bolsonaro tem uma média de 2,5 horas trabalhadas por dia, segundo a sua agenda oficial”, diz a reportagem.
Matérias como essas multiplicam-se ao longo dos anos e o comportamento do chefe da Nação segue o mesmo. O slogan tinha que ser mudado para: Alguém obrigue o homem a trabalhar! O povo tem fome, passa por necessidades, a economia está em frangalhos, nossa imagem destruída lá fora, inflação galopante. E o Bolsonaro? Bom, está atualizando as redes sociais.