Nas andanças que faz pelo país, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é sempre abordado por brasileiros de diferentes idades que querem uma foto, um abraço ou mesmo fazer um agradecimento por si ou por alguém da família diretamente beneficiado por uma ou algumas das muitas políticas implementadas nos governos do PT.
Nesse ambiente de reconhecimento de um governo de inclusão, os depoimentos de jovens que foram os primeiros de suas famílias a acessarem o ensino superior tocam de forma especial o coração de Lula.
“Toda vez eu choro com relação a isso porque é uma gratificação a gente saber que na hora que as pessoas têm oportunidade, as pessoas não são inferiores. Então, o papel do Estado é criar condições para que todas as pessoas tenham oportunidades”, disse Lula.
Foi no governo Lula, em 2008, que foi sancionada a lei (Lei nº 11.738/2008) que criou o Piso Salarial Nacional para professores de escolas públicas da educação básica. O piso é o valor mínimo que devem receber os professores em início de carreira e passou a valer para todo o país. Outra iniciativa foi a garantia de formação gratuita para educadores, ainda que em universidades privadas, para aqueles interessados em atuar na educação pública.
“Ser professor, ser educador é a arte das artes, é a profissão das profissões. É a coisa mais importante que um país tem que ter é a qualidade dos seus professores”, diz Lula.
Ciente da importância da educação para o desenvolvimento de um país e para a transformação social, o ex-presidente criou as oportunidades. Fez da educação prioridade máxima de suas gestões, por meio de políticas voltadas para todos, da creche ao ensino superior, beneficiando especialmente os mais pobres.
Revolução na educação
No ensino superior, houve uma verdadeira revolução, com o número de alunos saltando de 3,5 milhões para mais de 8 milhões. Foram criadas 18 novas universidades e 178 novos campi, espalhados por 295 municípios. O ensino superior mudou de perfil. Antes majoritariamente branco, hoje tem mais de 50% de pretos e pardos.
Houve ainda a criação de 422 escolas técnicas e institutos federais, além de programas de extensão e pós-graduação, como o Ciências sem Fronteiras, que levou centenas de estudantes brasileiros a escolas do mundo.
No Dia do Professor, celebrado neste sábado (15/10), o ex-presidente dedicou parte do programa de TV para lembrar parte o legado e a emoção compartilhada Brasil afora por pais e filhos orgulhosos da ascensão de vida proporcionada pela educação.
Histórias como a do mineiro José Paulo dos Santos. Filho de pedreiro, começou a vida como catador de recicláveis, cursou medicina graças a uma bolsa do Prouni e hoje atua como médico numa cidade do interior de Pernambuco. No fim de julho, em visita de Lula a Olinda, José Paulo contou sua história e emocionou a todos.
“Eu sou o primeiro médico em 5 gerações da minha família, e eu só sou médico porque aquele presidente que está ali acredita na gente, acredita no povo. E foi graças ao ProUni, foi graças aos programas sociais do PT que hoje eu tenho o privilégio de estar aqui”, disse ao lado do ex-presidente, de quem recebeu um abraço emocionado.
Quatro filhas na universidade
Na mesma viagem a Pernambuco, na chegada a um encontro com representantes da cultura, o ex-presidente foi abordado pela empresária Rosa Maria, 57. Ela agradeceu a ele pelas políticas de inclusão social, fundamentais para que suas quatro filhas, que estudaram toda a vida em escolas públicas, conseguissem o diploma universitário, sem que ela tivesse que pagar por isso. E foi graças ao Enem e ao Prouni.
“Eu dizia assim, minha filha não vai para universidade federal porque só tem rico. Ela estudou em escola pública, ela vai ter condição? Esse homem aqui vai e inventa o Enem, minha gente. E o Enem fez com que minhas quatro filhas entrassem na faculdade, sem eu pagar um real. Eu tenho quatro filhas, não foi porque Lula me deu dinheiro, não, mas ele me deu condições de formar minhas filhas”, contou Rosa Maria, ela própria um exemplo de transformação. Trabalhava como cozinheira e vendia frutas e verduras para complementar a renda. Hoje, administra um hotel na região central de Recife.
O ex-presidente Lula costuma dizer que tem orgulho de ele, um presidente sem diploma universitário, junto com um vice que também não tinha curso superior, o mineiro José Alencar, terem feito a maior transformação na educação já vista no Brasil.
Educação é investimento, não gasto
Em educação, assim como em saúde, não cabe a palavra gasto, mas investimento. Diferentemente do que acontece hoje, com perda de recursos para o setor, nos governos petistas o orçamento do MEC triplicou, passando de R$ 47,2 bilhões, em 2003, para R$ 151,7 bilhões, em 2016. De 2011 a 2015, o montante do orçamento destinado às universidades federais chegou R$ 32,9 bilhões. Só em 2015, o repasse foi de R$ 7,8 bilhões.
Milhões de brasileiros e brasileiras tiveram oportunidade de cursar o ensino superior, independentemente da renda de suas famílias. O ProUni, desde sua criação, em 2005, até o primeiro semestre de 2016, assegurou 1,9 milhão de bolsas de estudo integrais e parciais. A expansão do FIES, que passou a contar com juros mais baixos e ampliação do prazo de pagamento, permitiu que 2,71 milhões de estudantes fossem beneficiados.
O ex-presidente tem repetido a importância dos investimentos em educação, assim como em ciência e tecnologia, para qualquer nação que queira ser desenvolvida. No programa deste sábado, ele afirmou que seguirá priorizando o ensino superior, vai implantar o Mais Universidade, fortalecendo Enem, Prouni e Fies, expandir e fortalecer a Lei de Cotas, e melhorar a qualidade da educação e a vida das famílias, investindo em creche em tempo integral.