Em discurso no encontro da manhã de hoje (4) com a diretoria da CUT, em São Paulo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a política de privatização do governo Bolsonaro, que ameaça dilapidar o patrimônio nacional vendendo, entre outras empresas, a Eletrobras, responsável pela coordenação de todo o sistema elétrico nacional. Para ele, um programa como o Luz Para Todos seria impossível em caso de venda da empresa.
“A hora que eles venderem a Eletrobras, quem é que vai fazer o Luz Para Todos de graça? Quem é o empresário brasileiro que vai levar energia de graça para as pessoas que vivem na base do candeeiro? Nenhum empresário vai fazer, é só o Estado que pode fazer. Acontece que eles criaram na cabeça da sociedade a ideia de que tudo que é do Estado não presta. É hora de juntar forças, juntar os cacos”, ressaltou Lula.
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Para o ex-presidente, o momento é de reforçar o posicionamento contra a política de entrega das empresas nacionais e de construir uma luta contra a venda do patrimônio nacional.
“Quero que vocês saibam que a gente vai brigar muito para não deixar privatizar a Eletrobras. E se eles conseguirem privatizar, nunca mais a gente vai ter um programa como o Luz Para Todos, você vai ver que o povo vai sofrer muito mais. Nós queremos um Estado forte, com força suficiente para induzir o desenvolvimento deste país. Não dá para aceitar essa ideia deles que o Estado é podre”, criticou.
Criado em 2003, o programa Luz Para Todos levou luz elétrica para 3,4 milhões de famílias de diversos estados brasileiros, a maioria na Zona Rural. Até 2016, quando o golpe parlamentar encerrou o segundo mandato de Dilma Rousseff, os investimentos no Luz para Todos chegaram R$ 22,7 bilhões, sendo R$ 16,8 bilhões do governo federal e o restante aportado por governos estaduais e distribuidoras de energia.