A série de escândalos de corrupção no MEC ganhou um novo episódio com a denúncia de que teve dinheiro de propina carregado até dentro de pneus. Enquanto isso, bolsonaristas parecem estar mais preocupados em espalhar fake acusando supostas irregularidades no transporte de militantes para o ato lotado do PT em Florianópolis. O ato usou ônibus escolares particulares de empresas privadas e não há nada irregular nisso. Será que eles estão mesmo preocupados com desvios na Educação?
Os apoiadores de Lula lotaram a praça Tancredo Neves no dia 18 de setembro e receberam o ex-presidente com extremo carinho, contrariando as insistentes fake news bolsonaristas de que os eventos petistas não enchem. Lula fez neste ato algumas de suas falas mais bonitas da campanha. Ele diferenciou a bandeira do PT, vermelha, e a bandeira verde e amarela do Brasil, um gesto que devolve o simbolismo patriótico para todos os brasileiros, que é onde deve sempre estar.
De um lado, Lula fala de futuro e aponta um caminho para a reconstrução do país. De outro, o bolsonarismo fica em polvorosa com a suposta “denúncia”. Um vídeo, gravado por uma apoiadora de Bolsonaro, no estacionamento que abrigou os ônibus das caravanas de outras cidades que vieram para o evento. Bastou estar escrito “escolar” em um deles para espalharem que havia algum ilícito ali. Não havia, como a agência de checagem Estadão Verifica confirmou, após o vídeo alcançar mais de 250 mil pessoas nas redes sociais. Não há nenhuma irregularidade na contratação de ônibus, que pertencem a empresas privadas, para fazer o transporte.
Se os apoiadores de Bolsonaro estivessem tão preocupados com os assuntos da Educação no país, deveriam questionar o presidente sobre a corrupção no Ministério da Educação e as seguidas atitudes ilícitas do político e pastor Milton Ribeiro, que foi afastado do cargo e preso após denúncias. Ribeiro fez do MEC um balcão de negócios e foi descoberto após o vazamento de um áudio em que dizia que o governo Bolsonaro priorizou os pedidos de verbas feito pelos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura. Na quinta-feira, mais um escândalo foi revelado pelo Estadão: Ribeiro autorizou que os contratados para realizar obras federais de escolas fossem negociadas em troca de reforma de igrejas. O dinheiro foi levado no pneu de uma caminhonete!
De um lado, propina no pneu. Do outro, uma revolução na educação
No ato de Lula em Florianópolis, David Selhorst da Silva fez uma fala em que agradeceu o ex-presidente Lula porque foi graças às políticas públicas criadas pelo seu governo que ele, filho de um motorista e uma cozinheira, conseguiu se formar em Direito. Projetos como o ProUni e o FIES facilitaram o acesso ao ensino superior.
Com Fernando Haddad como ministro da educação, Lula promoveu uma verdadeira revolução na educação brasileira, tanto no acesso, como na qualidade do ensino. E até mesmo no meio de transporte escolar de milhões de jovens, que não estudavam porque moravam longe das escolas. Haddad criou o programa Caminho da Escola. Foram adquiridos mais de 39 mil ônibus escolares e distribuídas 918 lanchas. Entre 2011 e 2013, o quase 2 milhões de crianças, adolescentes e jovens de todo o Brasil foram atendidos.
O legado de Lula inclui também a criação de 8 universidades federais e 184 novos campi em centros urbanos. Como ex-presidente sempre diz, dinheiro que vai para a educação não é gasto, é investimento. Um estudo do IPEA mostrou que a cada R$ 1 investido gera um impacto positivo de R$ 1,85 no PIB. Mas o que Bolsonaro fez? Se aliou com corruptos e só tirou verba do setor.