Nesta segunda-feira (19), o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, concedeu uma entrevista ao programa Esfera Pública, da gaúcha Rádio Guaíba. Na véspera dos 500 dias de prisão injusta de Lula, Okamotto destaca que a luta pela liberdade do ex-presidente é muito profunda. Não se trata apenas de defender um julgamento justo para um inocente, mas se posicionar a favor de um projeto de país diferente do apresentado pelo governo Bolsonaro.
“Foi uma grande sacanagem o que fizeram com o Lula para impedir que ele continuasse ajudando o Brasil a combater a desigualdade social e nossas outras grandes mazelas. Estão tentando impedir Lula de ser uma grande força contra o desmonte do país.”
Okamotto aponta que o ex-presidente não foi preso por ter cometido crimes, mas sim para garantir que um projeto político fosse colocado em curso no país. “O que acontece no Brasil é uma mudança de regime. Há um projeto de extrema direita, neoliberal, que pretende mudar o papel do Estado, acabando com todas as possibilidades de ajudar os que mais precisam dele”, explica. “É só ver o que foi a reforma trabalhista, a reforma da Previdência, o que está acontecendo com o emprego, crescendo o número de trabalhadores informais, sem registro. Quem pode mais, chora menos”, resume.
Diante das ilegalidades, agora comprovadas, que levaram Lula para a cadeia, Okamotto afirma que é necessário lutar e convoca os defensores da democracia a se somarem aos atos do dia 20 por todo o Brasil. Panfletagens, manifestações, faixaços: vale tudo para denunciar 500 dias de uma prisão injusta. O presidente do Instituto Lula ainda convida todas e todos a aderir ao abaixo-assinado pela anulação dos julgamentos do ex-presidente e ajudar na coleta de assinaturas. O documento será entregue aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Estou muito otimista com a possibilidade do STF analisar a parcialidade do processo. Está claro que houve um conluio entre juiz e Ministério Público. Uma lambança total e absurda. Qualquer tribunal superior deve julgar o processo como falho e anulá-lo. Lula merece um julgamento justo.”
Sobre a instituição da qual é presidente, Okamotto conta que o funcionamento do Instituto Lula depende da solidariedade de simpatizantes e apoiadores, que, através de doações, financiam a continuidade das atividades. “O Instituto Lula tem a função de defender a biografia e o legado de Lula, cuidar do acervo dele, receber e responder as milhares de cartas que chegam. Além disso, temos o Memorial da Democracia, um museu virtual que conta a história do Brasil pela perspectiva do povo”. O Instituto Lula também oferece cursos de formação política, produz o podcast Rádio Lula, sedia encontros de resistência e organiza campanhas de mobilização por Lula Livre.
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