Em meio à floresta Amazônica, os olhos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva observavam atentamente às falas de lideranças indígenas que discursavam em encontro no Museu do Amazonas, em Manaus (AM), no final de agosto. Na pauta da conversa, o cenário de violências que se sobrepõem desde a chegada de Jair Bolsonaro à Presidência e seu desprezo pela vida, o meio ambiente e os povos originários. Presente no evento, uma das lideranças das mulheres Tikuna, Metana, comentou a luta de Lula ao lado dos povos indígenas e originários.
Para além da dor do preconceito, a ausência criminosa da Funai, o avanço do garimpo ilegal, o recorde de desmatamento e o final de programas essenciais como o investimento em educação ou o Mais Médicos, que nos governos do PT chegou a 34 distritos de saúde indígena, pautaram muitas das falas. “Quando o Bolsonaro acabou com o programa, morreram muitas pessoas, principalmente agora na covid-19. Faltou muito médico e nós não tínhamos para onde correr”, relata Metana, do povo Tikuna, presente no encontro com Lula.
“Para mim, Lula é importante. Ele é a pessoa que mais falou sobre os indígenas. É ele quem fala sobre nós. É por isso que o Lula precisa voltar.”
Metana, liderança do povo Tikuna
Entre as denúncias do desmonte e do preconceito do atual governo e memórias de um tempo de mais oportunidade, sonhos e esperança, Metana falou sobre as demandas e desejos para os povos originários.
“Sou Metana, do povo Tikuna do estado do Amazonas, que fica na Tríplice Fronteira, com o Peru e a Colômbia. Sou uma liderança das mulheres do meu povo no alto Solimões, também sou estudante de medicina na Universidade de Brasília.
Na época do presidente Lula, nós tivemos um espaço maior, nós tivemos oportunidades como mulheres indígenas. Projetos dentro da Universidade e dentro da nossa comunidade tiveram muito impacto. Hoje o que está acontecendo com o desmatamento da nossa floresta amazônica está deixando a desejar porque nós estamos sem segurança, e a gente tinha na época do Lula.
Precisamos que Lula volte porque a gente precisa muito dele lá dentro. A morte do Bruno [Pereira] e do Dom [Philips] me deixaram muito triste, porque é por conta da invasão do nosso território, dos lagos, das madeiras do garimpo. Como liderança, nós precisamos falar a verdade porque vivemos dentro do nosso território e nós sabemos o que que está acontecendo. É um grande perigo esse governo que está aí, então nós precisamos ter de volta a nossa vida. Eu, como estudante universitária e mulher indígena, busco a melhoria para o nosso povo.
A minha vida seria outra se o Lula não tivesse sido presidente. Ele deu espaço para nós. Hoje eu estou na universidade por conta dele, porque ele abriu espaço para nós dentro da universidade, mesmo que hoje lá dentro a gente esteja sofrendo preconceito, sofrendo racismo. Nós hoje sentimos falta de segurança e também de Educação e de Saúde, porque não temos mais o Mais Médicos no nosso território.
Muitas pessoas não sabem ou não reconhecem os indígenas, sabe onde eles vivem, mas não que precisam de saúde. E hoje em dia nós não temos médicos na nossa área. Sentimos muita falta disso, então precisamos que o Lula volte.
Quando o Bolsonaro acabou com o programa [Mais Médicos] morreram muitas pessoas, principalmente agora na covid-19. Faltou muito médico e nós não tínhamos para onde correr. Lá tinha um só para atender uma população de 60 mil Tikuna, fora os outros povos ali do alto do Javari, do baixo Amazonas e do médio Solimões. A gente tá sentindo muita falta de tudo isso. A gente precisa renovar essa vida agora e continuar batalhando para ser como era, por mais segurança.
Antes a gente tinha projetos, programas que cuidavam do nosso território. Depois que o Bolsonaro entrou, acabou com a Funai. Nós sentimos muita falta da Funai, que está defasada, não existe mais como era para nós. Não tem ninguém lá brigando por nós. Ninguém. Ninguém está falando por nós como antes.
[Na época do Lula,] A gente tinha pessoas lá dentro da Funai que defendiam a nossa causa, convidavam a gente para alguma reunião, para marcar ou visitar nosso território. Hoje isso acabou e nós estamos completamente a sós. A Funai no nosso território não pisa, e a gente não sabe o que está acontecendo. Quando a gente vai procurar a Funai, a gente não consegue resolver nada, então agora a gente quer que isso volte a ser como era antes.
Para mim é muito importante Lula estar presente [no Amazonas] e falar com os povos indígenas, ele é quem mais valoriza os povos indígenas porque ele sabe da vida de cada um, da situação do povo indígena.
Lula é uma pessoa que já visitou o nosso território, uma pessoa que estava lá, sabendo, vendo a situação da nossa população, e hoje isso não existe mais. O Bolsonaro está acabando com a gente, mas nós estamos ali, resistindo. E nós continuamos resistindo com essa mesma força [com] que queremos que Lula chegue ao poder.
A gente precisa investir no nosso território, e não acabar com a nossa floresta. A gente quer preservar! Vocês estão vendo essa floresta, tão linda, maravilhosa. A gente precisa respirar ar puro, viver dentro da nossa área, que é a casa que nós temos. A nossa casa mesmo é essa floresta, onde a gente come, onde fazemos nossa arte, onde psicologicamente ficamos mais à vontade. É para isso que estamos aqui defendendo que o Lula volte ao poder, porque ele já fez muito pelos indígenas.“
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