A mamata segue sendo o forte do governo de Jair Bolsonaro. Levantamento feito a partir de dados do Portal da Transparência mostra que durante o período eleitoral Bolsonaro gastou, em média, R$ 100 mil por dia no cartão corporativo. Houve um aumento de 108% nos gastos do cartão corporativo do presidente em comparação com o mesmo período de 2021, quando os gastos de Bolsonaro já eram altos.
As faturas de agosto, setembro e outubro dos cartões da presidência somam R$ 9.188.642,20, uma média de mais de R$ 3 milhões por mês. A média mensal dos últimos 3 meses supera a registrada no ano passado, que foi de cerca de R$ 1,5 milhão mensais. Enquanto isso, o cidadão pena para pagar suas contas com um salário defasado, sem aumento real há 4 anos.
O deputado federal Elias Vaz (PSB-GO), que fez o levantamento, apresentou, na última semana, um requerimento à Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados, no qual pede uma auditoria do Tribunal de Contas da União nas despesas de agosto a outubro dos cartões do presidente.
Os dados apontam para um possível uso da máquina pública para fins eleitorais. É preciso que a auditoria mostre se as despesas coincidiram com a agenda de campanha de Jair e se houve abuso no período eleitoral com recursos públicos.
Esse não seria o único caso de abuso econômico e político por parte de Bolsonaro no processo eleitoral.
A lista de absurdos inclui o uso do Palácio da Alvorada para anúncio de apoios, as inúmeras medidas econômicas eleitoreiras, o aumento de números de servidores na Polícia Rodoviária Federal, o que resultou no uso da força policial a seu favor, inclusive no dias das eleições, e, por fim, a usurpação da celebração do Bicentenário da Independência do Brasil para a realização de um comício.
O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, durante a campanha já havia chamado a atenção sobre o uso da máquina pública nestas eleições. Ele chamou de anomalia a realidade da campanha eleitoral no Brasil. “Nós estamos fazendo uma campanha numa certa anomalia, porque nós temos um cidadão que está exercendo a Presidência e que está utilizando a máquina do governo para fazer campanha”, apontou Lula.
O ex-presidente ressaltou que o uso da máquina por Bolsonaro é o mais grave entre todos os presidentes da República, desde 1889. “Eu estava analisando desde Marechal Deodoro da Fonseca, em 1889, até agora, todos os presidentes juntos. Ninguém utilizou a máquina 10% do que ele tá utilizando. Ele está agindo como se o Brasil fosse uma coisa particular dele, em que ele faz e desfaz do jeito que ele quer, na medida em que ele tenta ganhar voto”, criticou Lula.
Enquanto gasta R$ 3 milhões por mês no cartão corporativo, Bolsonaro deixa um rombo bilionário na saúde e na educação.
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