A sociedade deve participar do governo e ser sujeito da história, diz Lula

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Ex-presidente disse que o país deve se transformar em um centro de debates e destacou a recriação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

Durante entrevista para a Vitoriosa FM de Uberlândia (MG), na manhã de hoje (14), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu que a participação da sociedade brasileira nas tomadas de decisão do governo deve ser ampliada em num processo de reconstrução do país. Lula disse que pretende reativar de forma ainda mais ampla o Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social que existiu em seu governo, reunindo pequenos e grandes empresários e diversos outros segmentos da sociedade.

“Todo mundo precisa participar do crescimento. É esse país que eu pretendo construir, discutir com a sociedade brasileira. Por isso, vamos convocar muitas conferências nacionais para discutir todos os assuntos graves neste país, para que a gente possa fazer com que a sociedade seja co-participante, que não seja apenas coadjuvante, votando e deixando as coisas acontecerem. A sociedade precisa se transformar no sujeito da história, da transformação deste país, para poder ajudar o governo a governar”, afirmou Lula.

Na opinião do ex-presidente, a partir do momento em que todos, empresários e trabalhadores, puderem contribuir para melhorar a situação da economia e do país, todos também devem participar dos benefícios gerados pela retomada.

“É preciso que o crescimento econômico seja redistribuído, porque quando as empresas têm prejuízo, o trabalhador paga, ele é mandado embora, ele não tem aumento de salário, agora quando a empresa cresce, ela precisa retribuir. Aquilo que é parte do crescimento precisa voltar para os trabalhadores. Quem faz a empresa crescer são os trabalhadores. É preciso rediscutir este país, senão a gente não vai ser uma nação civilizada”, ressaltou.

Segundo Lula, uma maneira de colocar isso em prática é reativar o Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social que existiu em seu governo, mas de uma forma mais ampla, para que mais setores possam ter suas vozes ouvidas no processo de reconstrução do país.

“Quando tomei posse, criei o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social. Esse conselho tinha 90 pessoas, grandes empresários, médios, pequenos, sindicalistas e religiosos. Eu vou recriar o conselho. Talvez mais de um, para separar a parte da agricultura da parte empresarial, quem sabe para separar os grandes empresários dos pequenos. Eu pretendo fazer com que este país se transforme em um centro de debates cotidiano, envolvendo todos os setores organizados da sociedade, para que todos assumam a responsabilidade pelo Brasil”, declarou.