Sem política pública que estimule setores estratégicos para fazer a economia crescer, gerar empregos e manter as vagas já existentes, o Brasil vê uma transformação no setor industrial, que prejudica sempre a parcela mais sensível da sociedade, o trabalhador.
Nesta semana, os metalúrgicos de São Bernardo do Campo (SP), categoria fundamental para conquistas trabalhistas históricas no país, tiveram que enfrentar mais uma notícia de perda de vagas.
A Mercedes-Benz anunciou que demitirá 3.600 dos empregados da fábrica de caminhões e chassis de ônibus, que funciona na região metropolitana de São Paulo desde 1956.
O conjunto de metalúrgicos que perderam o emprego representa cerca de 30% do total. Dos 3.600, 2.200 são trabalhadores fixos que serão demitidos até o fim deste ano. Outros 1.400 são temporários e não terão seus contratos renovados a partir de dezembro, segundo notícia de veículos de imprensa.
Mobilizada, a categoria decidiu paralisar as atividades na quinta-feira (08/09), para tentar reverter o quadro.
O anúncio da montadora alemã, que tem no ABC paulista sua maior fábrica fora do país de origem, dá continuidade a um movimento no setor automotivo. Fábricas no Brasil têm, rotineiramente, demitido trabalhadores ou fechado as portas.
Apenas neste ano, Toyota e Caoa Cherry anunciaram interrupção de atividades. A empresa japonesa anunciou em abril o fechamento da unidade instalada também em São Bernardo do Campo. No mês seguinte, a chinesa Caoa anunciou interrupção da produção em Jacareí.