TSE pode cassar registro de candidatos que espalham fake news. Fique de olho!

Antes mesmo de assumir a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes vinha aproveitando ocasiões públicas para criticar o “populismo de extrema direita”, que é como ele denomina o cenário em que as redes sociais são “dominadas” para espalhar fake news e criar uma versão distorcida da democracia. O ministro é o relator do inquérito das fake news no STF, que investiga filhos e aliados de Jair Bolsonaro, além de uma série de empresários que financiam essa indústria de desinformação. Por conta disso, o próprio ministro é alvo constante de ataque coordenados nas redes.

No encerramento de um evento, no final de maio, Moraes falou sobre as eleições que acontecerão em outubro e deu um recado aos candidatos que por ventura planejem apostar na mentira e na desinformação: “Notícias fraudulentas divulgadas por redes sociais que influenciem o eleitor acarretarão a cassação do registro daquele que a vinculou“. Uma promessa e tanto para o futuro presidente do TSE. Moraes assumirá a Corte Eleitoral em 16 de agosto deste ano, com mandato até junho de 2024.

A “recado” certamente desagradou alguns nomes da política – especialmente os que se dedicam a espalhar mentira em vez de exercer seus cargos. O que vemos, desde então, são Whatsapp e redes sociais inundados por mentiras e ataques gratuitos à Corte e a seus ministros. Já sabemos que há todo um acervo que a base bolsonarista adora reciclar.

Na prática, o que Moraes quer dizer é que, uma vez que redes sociais são consideradas meios de comunicação, pode-se enquadrar algumas práticas maliciosas como abuso de meio de comunicação, abuso de poder político e abuso de poder econômico. Como exemplo, citou a cassação da candidatura do deputado estadual pelo Paraná, o bolsonarista Fernando Francischini (PSL), acusado de disseminar fake news sobre a segurança do sistema eletrônico de votação ainda no primeiro turno do pleito de 2018. Detalhe: quando ele começou a live, as pessoas ainda nem sequer tinham terminado de votar pelo país.

“Aqueles que se utilizarem desses instrumentos podem ter o registro de suas candidaturas cassado, ou mesmo perder o mandato”, disse o ministro. Poucos dias antes, ele já havia classificado que o que começou como uma “anarquia” nas plataformas, hoje se transformou em terrorismo institucional. “Desinformação não é ingênua, é criminosa, tem finalidade. Para uns é o enriquecimento, para outros é a tomada do poder”, disse Moraes, referindo-se a algo que sempre reforçamos no Verdade na Rede.

Não existe fake news grátis. Por trás de toda mentira, há um objetivo político.

Para defender-se justamente de uma fake news – a de que o inquérito das fake news seria arquivado -, Moraes já afirmou que o braço brasileiro da indústria de mentiras instrumentalizada pela extrema direita compõe uma estrutura muito bem organizada. “Pessoas estão enriquecendo com isso. Mas, através das investigações, fomos capazes de entender o modus operandi”, afirmou.

A fala de Moraes buscava inaugurar um novo patamar dos embates entre o Mentiroso da República e o Judiciário. Já sabemos qual é tática preferida do bolsonarismo para fugir do debate político: a mentira. Também sabemos que isso não é aleatório: há uma indústria de mentiras global instrumentalizada pela extrema-direita, em plena atuação no Brasil, para manipular qualquer pessoa com uma conta em rede social.

Com o objetivo de criar sentimentos negativos em potenciais eleitores, as fake news se propagam a uma velocidade impressionante no país. Como alerta a jornalista e fundadora da Agência Lupa Cristina Tardáguila: “Os ataques ao TSE e às urnas eletrônicas seguem um cardápio que está sendo servido internacionalmente e não têm nenhuma relação com a maneira como se vota”. 

Na luta pela defesa da verdade, a máxima é nunca compartilhar, nem com amigos, as fakes que você vir. Qualquer engajamento, mesmo que em tom de denúncia, ajuda a aumentar a propagação desse tipo de mensagem, que visa confundir o debate sério e mudar o foco para a discussão que realmente importa. Ou seja, a sua denúncia acaba virando divulgação daquele conteúdo com que você não concorda. Então, para cada mentira, compartilhe uma verdade!

O caminho para a verdade é simples e conta com o apoio da nossa equipe. Os passos são os seguintes:

1 – Viu uma mentira?

Não a divulgue, nem para seus amigos mais próximos, e não interaja. Sabemos que a fábrica de fake news joga sujo para mobilizar sentimentos negativos, então saia dessa. Respire fundo, entre em https://lula.com.br/verdadenarede/ e busque a verdade sobre as fake news que não param de pingar nos seus grupos de zap.

É só ir no campo de busca e digitar uma palavra marcante da notícia falsa para receber textos produzidos por aqui e checagens independentes feitas por veículos de notícias.

2 – Não encontrou uma vacina?

Caso ainda não haja conteúdo desmentindo a fake news que você recebeu, é possível denunciar no próprio site, , clicando no botão vermelho DENUNCIE AQUI. No formulário, é possível incluir links, descrição e anexar arquivos de imagem, vídeo ou som.

Também é possível denunciar diretamente no Whatsapp, para os perfis Dr e Dra Denúncia, administradores de nossos grupos de Agentes da Verdade. Todas as denúncias serão analisadas, sistematizadas e encaminhadas para nossos times jurídico e de comunicação.

3 – Como seguir informado?

É só se cadastrar em um dos nossos grupos de WhatsApp. Estaremos sempre de olho. Procurando as mentiras que circulam nas redes e em grupos de WhatsApp e Telegram e trazendo a verdade. Além dos desmentidos, estamos de olho também em novos formatos e estratégias usados pela milícia digital para te enganar. Está na hora de deixarmos as fake news no passado. Vamos juntos reconstruir Brasil.

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