Como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem denunciando, os preços proibitivos dos combustíveis, especialmente do gás de cozinha, têm deixado as classes mais pobres em apuros. Reportagem do jornal a Folha de São Paulo, publicada no domingo (03), confirma o estrago que a alta desenfreada dos preços tem feito nas famílias de baixa renda.
Segundo o jornal, os gastos com gás de cozinha vendido em botijões de 13 kg comprometem 22% do orçamento doméstico destinado a serviços públicos das famílias mais pobres, percentual bem acima dos 13% no orçamento dos mais ricos. Os dados são de estudo da consultoria Kantar, que abrangeu um universo de 4.915 domicílios em 2021 e mostrou também que parcela do orçamento gasta com gás de cozinha aumentou 25% para as famílias das classes D e E e 16% para as classes A e B.
O ex-presidente tem demonstrado preocupação com o impacto dos preços dos combustíveis para a sociedade em geral, mas tem se indignado especialmente com o fato de, por falta de dinheiro para pagar pelo gás de cozinha, muitas famílias de baixa renda voltaram a usar lenha para cozinhar, em situações improvisadas e que provocam acidentes com queimaduras.
Lula defende revisão na política da Petrobras, que reajusta os preços internamente sempre que há variações no mercado internacional, o que não acontecia automaticamente nos governos do PT. O ex-presidente tem falado em abrasileirar os preços e defendido o papel do Estado como garantidor do acesso de todas as classes sociais aos combustíveis.
“Eu fui presidente por oito anos e a gente manteve o preço da gasolina, o preço do óleo diesel, o preço do gás de cozinha padrão da moeda brasileira. Não existe nenhuma razão técnica, não existe nenhuma razão político-econômica para que a Petrobras tenha tomado a decisão de internacionalizar o preço do combustível, a não ser para atender aos interesses dos acionistas”, declarou recentemente.