Uma verdadeira tragédia humanitária assola o Brasil. A fome avança e já passa a atingir mais de 33,1 milhões de brasileiros. Em pouco mais de um ano, o número de pessoas que passam ao menos 24 horas sem ingerir nenhum alimento, no país, cresceu quase 50%, ou seja, mais 14 milhões de brasileiros passaram a conviver com a fome em suas casas. Os número revelam que a gestão desumana de Jair Bolsonaro representa retrocesso em segurança alimentar, e levou o país ao mesmo patamar de fome de quase 30 anos atrás. O retrocesso é ainda mais impressionante ao se ter em conta que o Brasil saiu do Mapa da Fome da ONU em 2014, fruto das políticas de combate à fome e à miséria implementadas pelos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.
Dados do 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, pesquisa feita pelo Instituto Vox Populi, mostram que 125,2 milhões de pessoas vivem com algum grau de insegurança alimentar no Brasil. Um aumento de 60% em relação a 2018. Isso significa que 6 em cada 10 pessoas ou restringem a qualidade e quantidade de alimento por medo de faltar ou têm acesso à alimentação insuficiente.
A pesquisa revela também que 1 de cada 3 brasileiros já fez alguma coisa que lhe causou vergonha, tristeza ou constrangimento para conseguir alimento. As imagens impactantes das tristes filas de pessoas à espera de ossos descartados por açougues já são rotina.
Especialistas afirmam que entre as três principais causas do aumento da fome no país estão o empobrecimento da população e o desmonte de políticas sociais e de abastecimento.
Dois fatores diretamente associados às ações e omissões de um governo que não preza pelo povo. Enquanto o presidente do país gasta R$ 21 milhões no cartão corporativo em férias e folgas autoconcedidas, os brasileiros vivem a angustia de não saber se terão o que comer.
A fome e a miséria têm gênero e cor. Entre as casas comandadas por pessoas negras, 65% convivem com restrições de alimentos, assim como 63% dos lares chefiados por mulheres se encontram na mesma situação.
Bolsonaro, que deveria ter como missão primeira cuidar do povo que governa, promove a destruição de todas as políticas de combate à fome e colabora diretamente para agravar a situação de miséria em que se encontram os brasileiros.
Em 2019, Bolsonaro fechou 27 unidades armazenadoras de alimentos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Os estoques públicos, além de serem uma forma de controlar o preço dos alimentos, também são utilizados para doações de alimentos em situações emergenciais. Sem eles, todo mundo fica suscetível ao humor do mercado, gerando o resultado que vemos: inflação disparada, o preço do alimento nas alturas, e a fome voltando a aterrorizar os lares brasileiros.
Jair também foi responsável pelo desmonte do Programa de Aquisição de Alimentos, criado em 2003, no âmbito do Fome Zero, pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A política consistia na compra pelo estado de alimentos produzidos por agricultores familiares, para posterior e distribuição gratuita para creches, escolas, programas sociais e famílias que recebiam o Bolsa Família, como forma de garantir a segurança alimentar e nutricional da população.
Em 2021, o presidente rebatizou o programa para Alimenta Brasil, mas reduziu drasticamente o orçamento destinado a ele. Em 2020, foram destinados R$ 291 milhões ao programa. No ano seguinte, o governo federal mudou o rótulo do produto e direcionou a ele apenas R$ 58 milhões.
O desgoverno ainda extinguiu o Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), espaço de participação social e debate das principais políticas de segurança alimentar do país, e deixou de elaborar o Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional para 2020-23.
O combate à fome sempre foi uma obsessão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em seu discurso de posse, em 2003, Lula afirmou que, se conseguisse assegurar que todos os brasileiros pudessem tomar café da manhã, almoçar e jantar, teria cumprido a missão de sua vida. O Brasil saiu do Mapa da Fome da ONU em 2014, graças às políticas sociais implementadas pelos governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de Dilma Rousseff.
O Programa Bolsa Família foi uma das principais peças dessa engrenagem de políticas públicas que não apenas deu o peixe a quem tinha fome, mas também ensinou a pescar. O Bolsa Família foi um programa de distribuição de renda parte de uma engenharia ampla de combate à pobreza que levou o Brasil a ser reconhecido internacionalmente, replicado em cerca de 20 países, e tirou 36 milhões de pessoas da miséria.
Além disso, durante os governos de Lula e do PT, a política de valorização do salário mínimo foi um dos pilares das políticas sociais. De 2002 a 2015, o aumento real do salário mínimo (ou seja, acima da inflação do período) foi de 76,54%. Esse foi um dos principais fatores responsáveis por manter a economia aquecida durante a crise internacional iniciada em 2008 e pela inclusão social.
O incentivo à agricultura familiar foi outro pilar crucial para o combate à fome no país. Por isso, o ex-presidente c criou e consolidou programas de incentivo à produção e venda de alimentos, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).
“A fome não é um fenômenos da natureza. A fome é resultado da falta de vergonha na cara de quem governa esse país”. Luiz Inácio Lula da Silva
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