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Vergonha! Com Bolsonaro, Brasil é o 2º país no ranking de exploração sexual de crianças e adolescentes

O Brasil ocupa, atualmente, o segundo lugar no ranking mundial de exploração sexual de crianças e adolescentes. Apenas em 2021, foram mais de 119 mil denúncias segundo dados da própria Secretaria de Direitos Humanos do governo federal. No Brasil de Jair Bolsonaro, 320 crianças e adolescentes são explorados sexualmente a cada 24 horas. E o que o presidente faz? Nada além de mentir.

Os dados são de estudos de organizações da sociedade civil e estatísticas do governo e podem estar bastante subnotificados: apenas 7 a cada 100 casos são denunciados. De todas essas crianças e adolescentes violados e violentados, 75% são meninas, a maioria negra. São meninas vítimas de espancamentos, estupros, álcool e drogas, além de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs).

É esse o governo que diz defender a família? Se diz, mente, e as ações falam mais alto. Não é um acaso que apenas 26% das crianças de 2 a 9 anos consigam realizar três refeições por dia. É uma decisão política. Também não é à toa que, a cada hora, 73 crianças sofram violência no Brasil, sejam elas agressões físicas, psicológicas, abuso ou falta de acesso à alimentação e à educação.

A fome das crianças não o comove. Bolsonaro vetou o reajuste e a merenda escolar só tem bolacha e suco. Para Bolsonaro, o trabalho infantil não só não é condenável, como algo defendido. Já disse que “o trabalho infantil não atrapalha a vida de ninguém”, já pediu pra “deixar a molecada trabalhar” e já lembrou, saudoso, de “bons tempos, em que menor podia trabalhar”. Inimigo da infância, Bolsonaro cortou 97,5% da verba destinada à construção de novas creches em 2023.

Tudo isso, somado, ajuda a colocar o país no indesejado topo do ranking mundial de exploração sexual de crianças.

No país governado por um homem obcecado por armas, 35 mil crianças e adolescentes, entre 0 e 19 anos, morreram de forma violenta entre 2016 e 2020 – uma média de 7 mil por ano. Além disso, de 2017 a 2020, 180 mil sofreram violência sexual – uma média de 45 mil por ano. É o que revela o Panorama da Violência Letal e Sexual contra Crianças e Adolescentes no Brasil, lançado pelo UNICEF (Fundo das Nações Unidas pela Infância) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

Só entre 2017 e 2020, foram mais de 179 mil casos de estupro ou estupro de vulnerável com vítimas de até 19 anos  uma média de quase 45 mil casos por ano. Crianças de até 10 anos representam um terço do total: 62 mil das vítimas em quatro anos.

Ações de Damares e Bolsonaro facilitam a vida de pedófilos

Em 2020, a então ministra Damares Alves recusou-se, por “decisão editorial”, a publicar o que foi feito com as denúncias do Disque 100 sobre violência sexual contra crianças e adolescentes. O canal foi criado pelo ex-presidente Lula como parte de seu compromisso em combater esse tipo de violência. Não contente, e com o aval do presidente, a verba de proteção a crianças sofreu com a tesoura.

A questão é que não se sabe que encaminhamento foi dado às denúncias recebidas — nem mesmo se alguma providência foi tomada. Não que haja muito o que fazer sem investimento do governo: o orçamento previsto para todo o ano de 2023 é seis vezes menor do que o que se gastava ao mês nos governos do PT, revela a ex-ministra de Desenvolvimento Social e Combate à Fome Tereza Campello.

O corte no orçamento dos servidos de proteção social especial no Sistema Único de Assistência Social (SUAS) foi de 99%, calcula. Justamente na fatia de ações voltadas a crianças e adolescentes em situação de trabalho, de abuso e/ou exploração sexual, negligência, maus tratos e violência.

Para criar pânico moral, Bolsonaro e seus apoiadores divulgam desinformação, notícias falseadas e mentiras estapafúrdias com o objetivo único de criar medo e confusão entre eleitores. Desde quando era candidato à Presidência, Bolsonaro usa da imagem das crianças e jovens e dos nossos sonhos de um Brasil melhor para justificar um governo que consistentemente ataca e deixa vulneráveis aqueles que mais precisam. E é isso que ele tenta fazer mais uma vez.

O baixo nível de acusações cruéis e absolutamente inventadas, sem qualquer comprovação, prova ou lastro com a realidade, já se tornou a tônica de como Bolsonaro faz campanha e, pior, governa. Um homem que trata algo grave e hediondo como a exploração sexual infantil como algo trivial, tema de “causo” que conta para se engrandecer, não é digno de cuidar do futuro dos meninos e meninas brasileiros.

O que Bolsonaro não diz, e é muito conveniente, é que essa realidade aconteceu por projeto de governo e omissão dele próprio. Foi ele quem foi eleito para evitar que essa realidade chegasse a esse ponto, e é também ele o responsável por acabar com toda uma engenharia de políticas públicas focadas em dar condição de vida, educação, acesso à saúde e oportunidades de crescimento saudável às crianças e jovens, além de proteger de toda e qualquer forma de violência.

Pobreza e exclusão social, desigualdade, trabalho infantil, falta de perspectivas, violência doméstica, baixa qualidade da educação e falta de resposta social e políticas públicas que enfrentem o problema são algumas das questões que estão na raiz da exploração de meninas e meninos. E é justamente combater a pobreza o que Bolsonaro não faz. Tampouco combate a exploração sexual de crianças e adolescentes.

O ódio de Jair Bolsonaro o cegou, e sua incompetência governou o Brasil pelos últimos quatro anos. As crianças hoje conhecem desde muito novas o horror da fome, da violência, o frio das ruas e o desamparo. Jair Bolsonaro pode até querer dizer agora que gosta de crianças, mas esse não é o legado que ele deixará. O legado é claro: o segundo país no ranking de exploração sexual de crianças e jovens. Não é motivo de orgulho para ninguém.

Tentar reescrever essa história é uma forma de violência que só não supera ter sido um presidente que roubou das crianças a chance de um futuro feliz e de uma vida de dignidade, sonhos e realizações.

Se Jair Bolsonaro gostasse ou se preocupasse com as crianças, teria cuidado delas. O que ele não fez fala por si só.

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