Depois de viver um período auspicioso com as políticas de inclusão social e de estímulo ao crescimento da economia, criadas durante a gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o que permitiu geração de emprego e distribuição de renda, o Brasil andou para trás e está mais pobre hoje, por causa da inércia dos governos que sucederam o PT.
Em reportagem publicada na manchete de hoje, o jornal Folha de São Paulo constata que o Brasil ficou mais pobre durante o governo do presidente Jair Bolsonaro por causa das escolhas que ele fez. “Reduziu investimentos públicos, avançou pouco na agenda de reformas e travou o Bolsa Família, deixando a fila do programa crescer”, sintetiza o texto.
Um dos dados visíveis da retração foi a queda de um milhão de beneficiados pelo Bolsa Família em 2019, aumentando o número de pessoas na fila para receber o benefício para 1,5 milhões. O PIB per capita fechou 2021 em US$ 7.500 (R$ 41 mil), R$ 31 mil menor do que era em 2011 e inferior também ao de 2018, quando era equivalente a R$ 49 mil. O rendimento médio, por sua vez, caiu de R$ 2.823 no início de 2019 para R$ 2.613 no trimestre de março a maio deste ano.
“Os recursos destinados a iniciativas que servem de apoio à ampliação do bem-estar social, em áreas como trabalho, saneamento, habitação, lazer e cultura, despencaram. Caíram de R$ 111,6 bilhões em 2015, um ano antes da criação do teto, para R$ 73,4 bilhões no ano passado, queda de 34% em valores ajustados pela inflação”, diz o jornal, que em editorial na sexta abordou o histórico do atual presidente em desmontar programas sociais.
Além de detalhar retrocessos do atual governo, a reportagem critica a tentativa de Bolsonaro a possibilidade de decretar “estado de emergência que não existe” para tirar da frente a Lei Eleitoral e tentar interferir no curso da campanha política deste ano com medidas eleitoreiras.
Em entrevista ao jornal, a economista Débora Freire, professora da Universidade Federal de Minas Gerais, diz que houve negligência com relação à situação social do país. “Eu atribuo os problemas de hoje ao modelo de política econômica, que não prevê estímulos para a recuperação e deixou de lado a área social”, disse.
Inclusão social é prioridade
Em entrevistas e manifestações em atos públicos, o ex-presidente Lula tem destacado a necessidade de políticas de inclusão social, com a missão prioritária de acabar com a fome e políticas de estímulo à retomada do crescimento para geração de empregos. O ex-presidente também fala da inclusão do pobre no orçamento e do rico no Imposto de Renda como parte da solução para reconstruir o Brasil.
As diretrizes do programa de governo, em construção com participação popular reforçam essas prioridades. A diretriz 8, por exemplo, registra: “Assumimos o compromisso com a justiça social e inclusão com direitos, trabalho, emprego, renda e segurança alimentar para combater a fome, a pobreza, o desemprego, a precarização do trabalho e do emprego, e a desigualdade e a concentração de renda e de riquezas”.