Em 9 de março deste ano, os integrantes Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) resolveram dar um passo adiante na missão de enganar a população. Em vez de restringir suas mentiras unicamente às redes sociais, utilizaram seu espaço de inserção política em rede de rádio e TV para divulgar fake news criminosas.
Na propaganda, o presidente do partido em Santa Catarina, deputado estadual Kennedy Nunes, afirma que a esquerda defenderia a pedofilia como uma “doença” e uma “opção sexual”, cometendo crime de injúria.
A acusação não tem nenhuma base na realidade e já havia aparecido nas eleições de 2018 quando Fernando Haddad foi alvo de fake news que o acusavam falsamente de defender a legalização da pedofilia. Na época, diversas agências de checagem desmentiram a mensagem. O referido PL 236/2012 não tinha relação com esquerda, PT ou Haddad.
A proposta foi apresentada por José Sarney (MDB-AP) e estava sob a relatoria de Antonio Anastasia (PSDB). Mas o texto não propõe a descriminalização da pedofilia. A proposta é de redução de 14 para 12 anos do limite de idade da vítima na qualificação do crime de “estupro de vulnerável”, um agravante do crime de estupro.
Por conta da notícia falsa, o Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina (TRE-SC) suspendeu a propaganda do PTB em decisão liminar. O relator da medida, o juiz Leopoldo Bruggemann escreveu que “houve desvirtuamento da propaganda partidária impugnada, com risco de prejuízo irreparável à agremiação representante, impondo-se a concessão da medida liminar requerida”.
Mesmo assim, a peça criminosa foi ao ar em rede nacional de rádio e TV. Seu conteúdo gerou revolta nas redes sociais.
O PTB tornou-se uma ala radical do bolsonarismo e em suas fileiras encontram-se nomes já condenados pela atuação nas milícias digitais como o presidente do partido Roberto Jefferson e o deputado federal Daniel Silveira. O partido também chegou a abrigar francos distribuidores de mentiras como o ex cantor de axé Netinho.
Depois da ascensão de Jair Bolsonaro à presidência da República, a cúpula do PTB tornou-se um dos maiores bunkers de distribuição de fake news da política nacional.
O deputado estadual bolsonarista Kennedy Nunes, responsável pela calúnia que foi ao ar no horário político, é investigado por crime de injúria em processo que corre no STF. Além disso, ele também é investigado pela convocação de atos anti-democráticos em agosto do ano passado.
Membro ativo das milícias digitais, Nunes recentemente divulgou vídeo adulterado para inventar uma fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que não corresponde à realidade. A ideia é atacar a imagem de Lula junto à parcela religiosa da população..
Roberto Jefferson é conhecido das páginas policiais. Já foi acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro e recentemente foi preso de novo acusado de integrar o ‘núcleo político’ de milícia digital que visa descredibilizar as instituições democráticas.
Daniel Silveira também tornou-se conhecido por cometer barbaridades em série. A primeira aconteceu ainda em sua campanha, em 2018, quando ele quebrou uma placa em homenagem à vereadora carioca Marielle Franco, assassinada por milicianos no Rio de Janeiro (RJ), no mesmo ano. Mesmo com todas acusações pelo ato, neste ano, ele reincindiu no desrespeito à memória da vereadora.
Em fevereiro de 2021, assim como seu líder Roberto Jefferson, ele também foi preso por ataques aos ministros do STF. Descontrolado e desrespeitador das leis, ele foi detido novamente em agosto por tentar violar o uso da tornozeleira eletrônica.
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