De fato, a palavra carestia estava fora do vocabulário da maioria dos brasileiros há muito tempo, mas voltou a aparecer nas redes sociais e também nas reportagens dos principais meios de comunicação do país. E muita gente não sabe o que isso significa. Por isso, fizemos um glossário com as palavras que, infelizmente, voltaram a fazer parte da realidade dos brasileiros após o golpe de 2016 contra a presidenta Dilma Rousseff.
Carestia – esteve muito na moda nas décadas de 80 e 90, quando o país sofria coma alta contínua dos preços. Está intimamente ligada a outra palavra do nosso vocabulário de hoje: inflação. De acordo com o Houaiss, a palavra significa “escassez de víveres ou de determinado produto”. Por extensão de sentido, também passou a significar “encarecimento do custo de vida”. Faz todo o sentido que “carestia” tenha voltado ao vocabulário dos brasileiros, que sofrem com a inflação galopante e o alto preço de itens básicos para a sobrevivência, como alimentos e combustíveis.
Inflação – fizemos vários posts só pra ela, tamanha a sua importância pra nossa vida no momento. Por definição, na economia, inflação significa “desequilíbrio que se caracteriza por uma alta substancial e continuada no nível geral dos preços”. A inflação galopante de hoje não é por causa do alto consumo dos brasileiros, que se veem endividados e sem conseguir pagar as contas básicas do mês; mas por causa da péssima gestão econômica da Bolsonaro e Paulo Guedes. A inflação corrói totalmente o poder de compra dos consumidores, faz com que nosso dinheiro valha muito menos e tem impacto direto na piora da qualidade de vida da população.
Fome – a palavra mais triste do nosso glossário. Quando assumiu o primeiro mandato como presidente da República, em 2003, Lula prometeu garantir ao menos três refeições diárias aos brasileiros. Ele cumpriu e, em 2014, o Brasil saiu, pela primeira vez na história, do Mapa da Fome da ONU. Infelizmente, a fome voltou fazer parte da vida de muita gente por aqui. De acordo com os últimos dados disponíveis, do final do ano passado, 33 milhões de brasileiros vivem com fome hoje. Além disso, 125 milhões de pessoas estão em situação de insegurança alimentar. Pelo dicionário, a palavra “fome” significa 1. Sensação que traduz o desejo, a necessidade de comer; 2. Carência alimentar, subalimentação, subnutrição. Por extensão, “fome” também significa “escassez, míngua de víveres, miséria”. O Brasil de Bolsonaro voltou a ser o Pais da fome.
Um tuíte do início deste mês dá conta de alguns fenômenos que voltamos a viver neste Brasil do caos por meio de palavras que caíram no desuso durante os anos de bonança vividos nos governos democráticos e populares de Lula e Dilma.
FMI – o Fundo Monetário Internacional voltou ao vocabulário dos brasileiros por causa das previsões desastrosas que tem feito sobre o Brasil. Devemos ter a 9ª maior taxa de desemprego do mundo em 2022, um crescimento econômico pífio e inflação nas alturas. As análises do FMI influenciam muito o comportamento de investidores internacionais, o que deixa a nossa situação muito complicada no momento. O FMI é um organização criada em 1944 com o objetivo de recuperar a economia internacional dos efeitos da Grande Depressão de 1929 e da Segunda Guerra Mundial. Hoje tem 189 países-membros e atua também como credor de muitos deles. Na época de Lula, o Fundo também esteve nas manchetes, mas por um motivo bem diferente: o governo brasileiro pagou a dívida que o País tinha com o Fundo, um montante de 30 bilhões de dólares, e os papéis se inverteram pela primeira vez na nossa história.
É importante manter em mente que esse vocabulário voltou às nossas vidas, mas ele não define o Brasil, como parecia ser o caso até 2003. Lula e Dilma mostraram que é possível fazer diferente e é possível governar este país colocando o povo mais pobre no orçamento e conquistando prestígio internacional. Que as palavras de um futuro próximo sejam todas frutos da esperança.