Carrinho cheio X barriga vazia: compare o poder de compra do salário mínimo na era Lula e com Bolsonaro

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Os preços exorbitantes dos alimentos têm obrigado o trabalhador brasileiro a esvaziar a dispensa. Com a  a inflação acumulada dos últimos doze meses superando os 12%, os consumidores se veem obrigados a retirar do carrinho de supermercado alimentos essenciais como óleo, carne, café e leite. Uma análise direta do que acontecia nos governos de Lula e Dilma e do que acontece atualmente escancara o desprezo de Bolsonaro pelo povo: durante os governos do PT, o salário mínimo podia comprar cada vez mais, e os carrinhos de mercado dos brasileiros estavam mais cheios. Com Bolsonaro, o salário mínimo compra cada vez menos, o preço dos alimentos está nas alturas e a fome voltou a assolar o país.

Uma comparação entre o que se podia comprar nos governos dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff e na gestão trágica de Jair Bolsonaro mostra que, com vontade política e muito trabalho, é possível manter os preços acessíveis e a moeda valorizada.

Em 2016, o salário mínimo não apenas podia comprar os mesmos alimentos que comprava em 2002, como ainda sobravam R$ 335. Em 2022, para o salário mínimo comprar os mesmos alimentos que conseguia comprar em 2018, faltam R$ 559.

No final de 2002, quando Lula ainda não havia tomado posse na Presidência da República, o salário mínimo era R$ 200,00. Com esse valor, o brasileiro poderia comprar 25 kg de arroz, 25 kg de feijão, 7 kg de carne, 7 latas de óleo, 10 kg de tomate, 4 kg de batata e 1 kg de café.

Ao final da gestão petista, em 2016, quando Dilma foi deposta pelo golpe, o salário mínimo de R$ 880,00 podia comprar os mesmos produtos e ainda sobravam R$ 335,00. Com esse valor, o cidadão podia encher o carrinho com mais 10 kg de arroz, 5 kg de feijão, 7 kg de carne, 5 litros de leite, 5 kg de açúcar, 5 dúzias de banana e 5 kg de pães.

Os cálculos foram feitos a partir da média dos preços dos produtos que compõem a cesta básica em São Paulo, divulgados pelo Dieese.

Isso só foi possível porque Lula e o PT priorizaram o povo.

O ex-presidente transformou a política de valorização do salário mínimo em lei, que passou a garantir o reajuste real do salário mínimo por meio de sua correção a partir do repasse da inflação do ano anterior somado à variação do PIB de dois anos antes. Entre 2002 e 2016, o salário mínimo teve aumento real (acima da inflação) de 76%.

Lula foi o presidente que concedeu maior aumento de salário mínimo na história do Brasil, desde sua criação, em 1 de maio de 1940. O ganho real, acima da inflação, do salário mínimo, entre 2003 e 2010, foi de 53,6%. A política de valorização foi um dos pilares da inclusão social do período. Sem ela, hoje o salário seria R$ 694,00.

Outra medida que manteve a economia nacional aquecida foi a criação de mais de 20 milhões de postos de formais de emprego, com carteira assinada, entre 2003 e 2015. A geração de empregos e o combate à fome são pautas prioritárias, tratadas pelo ex-presidente Lula como obsessão. “Vamos ter que ter algumas obsessões e o emprego é uma coisa sagrada.  Quando a gente tem um emprego e ganha um salário que dá para levar comida para a nossa casa, que dá para cuidar do nosso filho, que tem seguridade social, carteira assinada, previdência social, parece que a gente está no céu”, disse recentemente.

Ao fim do governo de Lula, a taxa de desemprego era de 5,7% (quando ele assumiu, era 11,2%). O índice de desemprego caiu 45% nos oito anos de seu governo. Em 2010, pela primeira vez, o Brasil alcançou a situação de pleno emprego, quando aquele cidadão que busca emprego encontra em pouco tempo. Ou seja, na era Lula, o trabalhador não ficava desamparado. Em 2014, a taxa de desemprego chegou a apenas 4,8%, a menor já registrada no país.

Lula também manteve a inflação controlada por meio da política monetária de controle de preços administrados pelo governo – energia elétrica, óleo diesel, gás de cozinha. Além disso, existiam os estoques reguladores de alimentos pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que consistiam na manutenção de quantidades de alimentos pelo governo para travar o aumento nos preços. Quando o preço de determinado produto começava a subir, o estoque era liberado para o mercado, e, como consequência, o preço diminuía.

Essas medidas, aliadas a programas de distribuição de renda e inclusão social, como o Bolsa Família (maior programa de distribuição de renda do mundo, modelo para mais de 20 países), o programa das cisternas e o Luz para Todos, não apenas elevaram o poder de compra do brasileiro, mas retiraram o país do Mapa da Fome da ONU em 2014. O nosso dinheiro não desvalorizava e o salário mínimo comprava cada vez mais.

A queda de Bolsonaro

O carrinho cheio da Era Lula já não é mais realidade. Hoje, com o salário mínimo de R$1.212, para comprar a mesma quantidade de alimentos que se compravam em 2018, antes de Bolsonaro chegar à Presidência, é preciso desembolsar mais R$ 559,00 ou esvaziar o carrinho.

Hoje, com o salário mínimo atual, o trabalhador tem que Menos 5 kg de arroz, 5kg de feijão, 5 kg de carne, 2 litros de óleo de soja, 2 kg de batata, 2 kg de tomate, 1 pacote de café, 2 litros de leite, 2 kg de açúcar, 1 dúzia de banana, 1 kg de pão.

Com Bolsonaro, uma tragédia econômica avassala o Brasil.  Jair será o 1º presidente desde o Plano Real a terminar mandato com salário mínimo valendo menos. A perda do poder de compra ao fim do governo será de 1,7%.

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) bateu novo recorde com Bolsonaro e marcou 1,06% em abril, o maior resultado para o mês em 26 anos. Já o resultado acumulado em 12 meses saltou para 12,13%.  Nesse cenário, Paulo Guedes, o sinistro da economia, não tem vergonha de afirmar que “já saímos do inferno”.

O governo atual revogou a política de valorização do salário mínimo e, desde 2019, contraria a previsão constitucional de que o salário deve ser reajustado periodicamente para garantir seu poder aquisitivo, sendo obrigatória a recomposição da inflação. Nos seus três anos de governo o salário mínimo não teve nenhum ganho acima da inflação, freando o processo de elevação contínua da remuneração.

Bolsonaro trouxe de volta a miséria – são 116 milhões de pessoas atingidas pelas fome no país -, o desemprego, a estagflação. Ele é sinônimo de atraso.

Com Lula e Dilma o dinheiro valia mais e o povo estava no centro do orçamento e de todas a políticas públicas pensadas pelo governo. É possível construir o futuro que a gente lembra. Vamos juntos pelo Brasil!