Colocar jovens para estudar não é opção, mas necessidade deste país, diz Lula

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje que está mais maduro e mais consciente sobre os problemas do Brasil e sobre a necessidade de fazer mais do que foi feito nos oitos anos de seus dois mandatos e em todo o período dos governos do PT. Ele afirmou que colocar os jovens para estudar não é uma opção, mas uma necessidade do Brasil porque nenhum país do mundo conseguiu ser independente, rico e soberano sem investir na educação.

“Tem uma coisa na minha cabeça mais forte do que eu já vivi em qualquer outro momento. Primeiro estou mais consciente, segundo estou mais maduro, terceiro, tenho consciência de que é possível fazer mais do que eu fiz porque estou mais esperto do que eu era. (…) Colocar mais jovens para estudar não é uma opção, é uma necessidade desse país. Nenhum país do mundo consegui ser independente, rico e soberano sem investir na educação. A ignorância não gera um estadista, gera um Bolsonaro”, afirmou.

Lula se disse ainda mais sensível com as questões sociais e afirmou não ser possível as pessoas naturalizarem que haja nas ruas de São Paulo, por exemplo, pessoas dormindo ao relento e outros tantos sem ter o que comer.

“Temos obrigação de ficarmos indignados quando a gente passa nos viadutos de São Paulo e vê mulheres e crianças dormindo ao relento. Pessoas pedindo o que comer. A gente não pode encarar como normal. Eu não estou mais radical, estou mais consciente de que num país que é terceiro produtor de alimento e primeiro produtor de proteína animal, as pessoas ficarem atrás de osso, atrás de caraça de frango, atrás de pescoço de frango, atrás de pé de frango, as pessoas sem ter o que comer de manhã, de tarde e de noite. Como é possível a gente achar normal que num país que tem 8,5 milhões de quilômetros quadrados, com milhões e milhões de terras agricultáveis, uma criança ir dormir sem um copo de leite”, questionou.

Momento primoroso

Lula disse que vive um momento primoroso na vida pessoal e na relação política. Eu, sinceramente, não sei se é o amor, mas eu nunca me senti tão bem como estou. Nunca vivi um momento como estou vivendo. Para mim, é um momento primoroso na vida pessoal, é um momento primoroso na minha relação política e é um momento primoroso na política brasileira porque me parece que o  povo brasileiro finalmente tomou consciência de que precisamos derrotar o fascismo e restabelecer democracia”, afirmou.

A uma plateia de artistas, políticos e admiradores que foram ao teatro Tuca na noite desta terça-feira, 31, para o lançamento do livro “Querido, Lula”, com cartas destinadas a ele durante o período da prisão, o ex-presidente lembrou dos 580 dias que passou em Curitiba e disse nunca ter imaginado que o período seria marcado por tanta manifestação de solidariedade como a que recebeu de pessoas do Brasil e do mundo e especialmente das pessoas que ficaram na vigília durante todo o período do cárcere. “Não conheço precedentes na história de um povo tão resiliente. Mulheres, homens e crianças com tanta força”.