Conferência em Joanesburgo relaciona direitos humanos e transparência financeira na África

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Conselho África

São Paulo – Nessa semana, a conferência intitulada “Transparência Financeira e Direitos Humanos na África: fomentando uma maior oportunidade nacional e regional na África através de Direitos Humanos e da Transparência Financeira” levará para a Universidade de Joanesburgo, África do Sul, um intenso debate sobre a relação entre o cumprimento dos direitos humanos e a transparência financeira no continente africano.

Organizado pela Integridade Financeira Global (GFI, em inglês), em parceria com a Fundação Friedrich Ebert e o Instituto de Direitos Humanos da Associação Internacional de Advogados (IBAHRI), representantes de instituições financeiras e de organizações da sociedade civil estarão entre os participantes do encontro, que começou nesta segunda (18) e vai até a próxima quarta-feira (20). 

De acordo com dados da GFI, as movimentações ilícitas desviam 5,5% do Produto Interno Bruto (PIB) da África Subsaariana, que, de acordo com o Banco Mundial, era de US$ 1,643 trilhão em 2013. 

A Conferência é baseada na Declaração New Haven de Direitos Humanos e Integridade Financeira (resultado de uma reunião de direitos humanos e organizações de transparência financeira na Universidade de Yale, EUA, em dezembro de 2009), que reconheceu que “os direitos humanos e a integridade financeira internacional estão intimamente ligados.” 

Em anúncio à imprensa, Raymond Baker, presidente da GFI, destacou que, além de enfraquecer boa parte do capital africano, tais movimentações diminuem a estabilidade dos governos, reduzem os recursos e aumentam a desigualdade econômica. Segundo o último relatório da organização, em 2012, apenas em Angola a movimentação ilícita superou os US$ 326 milhões.

“Estima-se que US$ 1 trilhão seja desviado para fora dos países pobres anualmente. Além disso, cerca de 18 milhões de pessoas morrem a cada ano de causas decorrentes da privação econômica”, disse.

Entre os temas discutidos nessa terça-feira (19), estará Negócios de Conflito: Será que o sistema global obscuro incita e apoia os conflitos violentos na África? (The Business of Conflict: Does the global shadow financial system fuel and support Africa’s violent conflicts?).  O escritor e ativista angolano Rafael Marques será um dos participantes.

Para saber mais sobre os fluxo de movimentações ilícitas pelo, acesse o link:http://www.gfintegrity.org/issues/data-by-country/ 

Para ver a programação completa, acesse o site do evento:http://www.gfintegrity.org/event/fostering-greater-national-and-regional-economic-opportunity-in-africa-through-human-rights-and-financial-transparency/