O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou nesta sexta-feira (15) a Acra, capital de Gana. No aeroporto, foi recebido pela diretora-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), a cabo-verdiana Maria Helena Semedo, e seguiu para um encontro com o presidente John Dramani Mahama, na sede do governo de Gana.
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No encontro, Lula e Dramani Mahama discutiram a troca de experiências acumuladas pelo Brasil no combate à pobreza e à desigualdade e também a necessidade de ampliação das relações políticas e comerciais entre os dois países.
“Estou convencido de que o destino do Brasil estará cada vez mais ligado ao destino da África, por motivos geopolíticos”, afirmou Lula na abertura do encontro. O ex-presidente reforçou sua crença no papel estratégico da relação dos países do Sul. Lula elogiou os recentes avanços feitos em Gana para o fortalecimento da sua democracia, o combate à pobreza e o crescimento econômico do país. “Nós aprendemos a lição que apenas com paz e democracia nossos países podem se desenvolver”. Lula reforçou que espera com sua visita e esforços colaborar na ampliação das relações entre Brasil e Gana.
O presidente Mahama declarou que é sempre uma honra e um prazer receber Lula em Gana (é sua terceira visita ao país). “Os laços entre a América do Sul e a África são muito óbvios, porque se juntarmos a África e a América do Sul eles se encaixarão como em um quebra-cabeça”, declarou o presidente Mahama lembrando que Gana está há apenas 5 horas de vôo do território brasileiro.
“Nós estamos animados com os progressos feitos pelo Brasil sob sua liderança e agora sob a liderança da presidenta Dilma Rousseff. Quando você assumiu, o Brasil enfrentava uma grande crise financeira, e nós nos perguntávamos se você seria capaz de mudar isso. Mas sua liderança fez do Brasil um dos países que mais rápido tem tirado as pessoas da pobreza. Nós temos muito respeito pela forte rede de proteção social que você construiu no Brasil. Por isso falamos de um ‘modelo brasileiro de desenvolvimento’ e nós, na África, olhamos o Brasil como um exemplo. Hoje nós temos muitos países com democracia e eleições na África e alguns dos países com maior crescimento econômico do mundo estão na África.”
O presidente Mahama ressaltou a importância do Brasil e de outros países do Sul para o desenvolvimento de Gana, citando as várias frentes de trabalho bilateral. Como exemplo citou a presença do escritório da Embrapa na África, criado durante o governo Lula, em Gana. “Gana é um país de renda baixa, que está tentando fazer a transição para se tornar um país de renda média. E por isso há uma necessidade de uma grande expansão da infraestrutura econômica e social. Há hoje uma crise na Europa e nos Estados Unidos e por isso estamos buscando ampliar os financiamento e investimentos com os países dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).”
Mahama, que esteve três vezes no Brasil quando era vice-presidente de Gana, relembrou seu encontro anterior com Lula, em uma palestra do ex-presidente no 5º Fórum de Desenvolvimento Ministerial em Brasília, ano passado.
“Eu o vi pela última vez em Brasília. Você estava se recuperando, tinha saído do hospital, e disse que não devia falar muito, mas falou por cerca de 2 horas. Mas foi interessante, mesmo você falando por tanto tempo, cada coisa que você disse foi interessante, foi muito instrutivo.”
Presidente Mahama concluiu dizendo que espera que Lula siga contribuindo para reforçar os laços entre Brasil e Gana. “Bem vindo de volta à casa”, completou.
Lula iniciou a viagem à África visitando a Guiné Equatorial. No domingo Lula viaja a Benin e no último dia da viagem, 19 de março, Lula participará de um evento da revista The Economist, o Nigeria Summit 2013, em Lagos.
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