Enquanto população de rua cresce, o governo Bolsonaro segue sem política habitacional

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Em um dos sintomas mais visíveis e tristes da crise econômica e social que assola o Brasil desde o golpe de 2016, calcula-se que a população de rua nas cidades brasileiras já passe de 222 mil pessoas, uma trajetória que pode ser acompanhada ao longo do tempo nas fotos do Google Street View. Lançado esta semana, o estudo “O Preço do Desmonte”, elaborado pelo Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), traz números assustadores sobre essa realidade.

Na seção dedicada ao “Direito à cidade”, os pesquisadores do instituto mostram que o fomento federal à habitação popular foi enormemente reduzido nos orçamentos dos três anos do governo de Jair Bolsonaro.

Sem Ministério das Cidades e sem Minha Casa Minha Vida

A falta de uma política voltada para o planejamento urbano no Brasil já foi marcada no primeiro dia do atual governo, quando o Ministério das Cidades deixou de existir e teve sua estrutura incorporada ao Ministério do Planejamento Regional.

O governo também encerrou o programa Minha Casa Minha Vida, um dos carros-chefe da política de combate à desigualdade social iniciada no governo Lula. O programa, que entre 2009 e 2016 entregou 2,7 milhões de moradias em milhares de municípios brasileiros, foi substituído pelo Casa Verde e Amarela.

O desmonte continua em 2022, já que não há no orçamento federal qualquer verba prevista para a subfunção habitação urbana, repetindo o que aconteceu nos três anos anteriores. Isso, repita-se, em um país com um déficit habitacional que é estimado em 6 milhões de imóveis.