“Não é papel da justiça brasileira ignorar a lei”, diz Haddad sobre decisão da ONU de defender candidatura de Lula

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Nesta sexta-feira (17/08), Fernando Haddad, candidato à vice-presidência na chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu porta-voz,  participou de entrevista coletiva em Teresina (PI) ao lado do governador do estado, Wellington Dias. Haddad reafirmou a importância histórica da resolução da Organização das Nações Unidas (ONU), divulgada pela manhã, que afirma que Lula tem pleno direito de ser candidato.

“Estamos falando do órgão internacional mais importante do mundo. Nós somos signatários das convenções internacionais, ou seja, não se trata de uma ordem moral, mas sim, de uma ordem legal. Essa decisão tem que ser reconhecida pelo ordenamento político do Brasil. Só faremos justiça se Lula for candidato”, disse.

Ainda sobre a decisão da ONU, Haddad declarou que é um dia histórico quando a ONU diz que o povo é soberano para decidir quem deve ser o presidente do seu país. “Queremos defender o estado democrático de direito. É necessário que todas as autoridades brasileiras se subordinem a essa liminar, pois ela tem força de lei no Brasil e não pode ser ignorada pelo governo brasileiro”, completou.  

“Devem defender o cumprimento da liminar da ONU os democratas do país, independentemente de preferência partidária, porque não se trata disso. Trata-se de defender a soberania popular. Quem decide quem vai ser presidente é o povo, é isso que as Nações Unidas estão dizendo. Você não pode cassar com o voto de metade da população brasileira que deseja ver o Lula reconduzido ao Palácio do Planalto”, disse Haddad.

O governador Wellington Dias mencionou que o Piauí vive dificuldades pós-golpe e aproveitou o momento para mostrar seu apoio ao ex-presidente Lula, que trará de volta programas como Minha Casa Minha Vida, apoio à agricultura, expansão na educação e combate ao analfabetismo: “Quem pode dialogar de cabeça erguida com todas as forças desse país? Esse é o significado dessa eleição, a chance do Brasil inteiro escolher segundo a sua vontade e, se não deixarem Lula ser candidato, além de romper com a legislação e descumprir a lei, estamos rompendo com uma parte do Brasil que não tem o direito de expressá-lo nas urnas. Todo poder emana do povo: a eleição é um desses raros momentos em que o povo exerce o poder”.  

Nesta noite, será realizado o segundo debate dos presidenciáveis e, novamente, a participação de Lula ou de um representante foi barrada. Questionado sobre esse assunto, Haddad declarou que os adversários estão com medo que Lula esteja presente para falar sobre suas vitórias e seus valores durante seus governos no Brasil. “Mais uma vez é da democracia que estamos falando. Não somos nós que estamos com medo e também não é o Lula, que está há cinco décadas servindo o país e nunca se negou a subir no palanque, ao embate. E ele está disposto a isso”, concluiu.