Nem jantar: comida desaparece da mesa dos brasileiros

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Pesquisa Datafolha publicada na última segunda (20) revela que 85% dos brasileiros cortaram o consumo de algum item de alimentação – do café da manhã, almoço e jantar – desde janeiro de 2021. Inflação, desemprego, pandemia, defasagem salarial e, principalmente, o (des)governo de Bolsonaro nem um pouco preocupado com a situação fizeram com que a fome voltasse a ser realidade de milhões de pessoas no país, como apontam uma série de estudos nacionais e internacionais.

Estudo do Datafolha mostra que brasileiros estão deixando de consumir alimentos de toda a espécie: 67% das pessoas deixou de comer carne vermelha, 38% não come mais macarrão e 36% deixou de comprar frutas, verduras e legumes. Ou seja: aquele macarrão à bolonhesa no jantar de sexta está cada dia mais longe.

As camadas mais pobres da população são as mais atingidas: o índice de pessoas que cortaram alimentos da dieta é de 88% entre quem ganha até dois salários mínimos, e diminui para 67% entre aqueles que ganham mais de 10 salários.

A diferença é ainda maior em relação a alimentos frescos: entre quem ganha até 2 salários, 45% diminuiu a quantidade de frutas, legumes ou verduras e na faixa de renda de a 5 salários, 29% cortou o consumo desses itens. Já entre os que ganham de 5 a 10 salários mínimos, 20% diminuíram a compra de frutas, verduras e legumes, percentual que é de 8% entre os mais ricos (com renda superior a 10 salários mínimos).

Dados de relatório da ONU apontam que quase 50 milhões de brasileiros estão em situação de fome (passam um dia inteiro sem se alimentar) ou de insegurança alimentar moderada (dificuldade e restrição no acesso a alimentos, ou seja, são pessoas que não fazem as 3 refeições por dia).

A situação econômica do país, consequência direta da política de Bolsonaro e de Paulo Guedes (seu ministro da Economia) vai de mal a pior. Segundo o IPCA-15, a inflação de setembro é a maior em 27 anos!!! A inflação dos alimentos está descontrolada, e as previsões para o futuro também são desastrosas: entre os países do G-20, o Brasil é o que tem o pior prognóstico em relação ao PIB do ano que vem.

Enquanto isso, brasileiros não conseguem nem tomar café da manhã, nem almoçar, nem jantar.