Parlamentares do Mercosul denunciam a caçada judicial a Lula

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“O supremo crime de Lula é simplesmente ser Lula. É existir para o Brasil e o seu povo. Desse crime, Lula é culpado. Sempre foi, sempre será. De outros, não”.

Um manifesto assinado nesta sexta-feira (16) por 36 parlamentares do Mercosul, ligados ao Grupo Progressista do Parlasul, repudia as arbitrariedades cometidas pelo Ministério Público do Brasil contra o ex-presidente Lula. 

Os parlamentares denunciam a perseguição contra o ex-presidente e a atuação partidária dos procuradores da República, que não apresentaram nenhuma prova concreta durante a coletiva de imprensa, realizada na última quarta-feira (14). “Estranhamente, os próprios procuradores afirmaram que não tinham provas do que afirmavam, mas que tinham convicção de que estavam certos de suas meras hipóteses”. Para o grupo, os procuradores extrapolaram “todos os limites da legalidade da ética profissional”. 

Leia também: A caçada judicial e midiática a Lula

O documento fala ainda sobre a fraude do impeachment sem crime de responsabilidade e alerta para a repressão policial contra as manifestações contra o atual governo. “Estudantes, professores, intelectuais, artistas, trabalhadores, etc. vêm sendo reprimidos com extrema violência por exercerem seus direitos de protestar pacificamente”, diz.   

Para o grupo Progressista, a denúncia vazia contra Lula não irá prosperar e o legado do ex-presidente é intocável. “Defender Lula, que lutou por um Brasil para todos, é defender um Mercosul para todos. É defender um Mercosul para os cidadãos, e não apenas para os mercados. O enorme legado de Lula é intocável. Já entrou para a história e sempre repousará intacto, no coração de nossos povos”, diz o manifesto. 

Leia a íntegra do documento:

Manifesto do Grupo Progressista do Parlamento do Mercosul Contra a Perseguição ao ex-Presidente Lula

O Grupo Parlamentar Progressista do Parlamento do Mercosul vem a público denunciar, com veemência, a perseguição política a que está sendo submetido o grande líder popular brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva.

O mundo inteiro sabe que a fraude do impeachment sem crime de responsabilidade, cometida contra a presidenta Dilma Rousseff, teria de ser complementada pela farsa das denúncias sem crimes contra Luiz Inácio Lula da Silva. O golpe precisa se completar.

O que se pretende nesse golpe continuado que ocorre no Brasil é inabilitar Lula para a disputa de 2018; Para tanto, criou-se uma obsessiva caçada judicial a Lula, que tenta transformar meras hipóteses e ilações politicamente motivas em fatos incontestáveis e provas condenatórias.

Nesta última semana, o ex-presidente Lula foi vítima de mais uma grosseira arbitrariedade. Num espetáculo descrito como pirotécnico, que chocou o mundo jurídico do Brasil, procuradores da República que atuam na operação chamada Lava Jato deram uma entrevista coletiva, na qual acusaram o ex-presidente de ser “comandante” de um gigantesco esquema de corrupção, acusação que extrapola a esfera legal das investigações específicas contra o ex-presidente. Estranhamente, os próprios procuradores afirmaram que não tinham provas do que afirmavam, mas que tinham convicção de que estavam certos de suas meras hipóteses.

Para muitos juristas do Brasil e do mundo, todos os limites da legalidade da ética profissional foram extrapolados por tais procuradores. O Grupo Progressista repuda esse lamentável espetáculo inconstitucional e ilegal que causou estupor e incredulidade na opinião pública regional e mundial.

O Grupo Parlamentar Progressista denuncia também que essa perseguição a Lula, visando inviabiliza-lo politicamente, está sendo combinada com uma repressão injustificada e violenta às manifestações pacíficas que ocorrem no Brasil contra o golpe e seu programa antipopular.

Estudantes, professores, intelectuais, artistas, trabalhadores, etc. vêm sendo reprimidos com extrema violência por exercerem seus direitos de protestar pacificamente. Recentemente, uma estudante de 18 anos perdeu um de seus olhos pela violência policial sem controle. Mais grave ainda, constatou-se que serviços de inteligência das Forças Armadas estão infiltrando agentes para espionar e perseguir organizações pacíficas de jovens e estudantes.

O Grupo Progressista entende, contudo, que essa denúncia vazia contra Lula não vai prosperar.

O supremo crime de Lula é simplesmente ser Lula. É existir para o Brasil e o seu povo. Desse crime, Lula é culpado. Sempre foi, sempre será. De outros, não.

Lula é o maior líder popular da história do Brasil. Entre todos, é o único que foi (e é) um líder mundial. Lula não é apenas um patrimônio do Brasil, Lula é um patrimônio do mundo.

Lula é também um patrimônio do Mercosul, bloco que contribui muito para consolidar, assentando-o numa cooperação simétrica e em políticas que tendem a promover e consolidar a cidadania das suas populações.

Por isso, o Grupo Progressista entende que a defesa de Lula confunde-se com a defesa de um Mercosul social, que promova o bem-estar de todos os cidadão do bloco, e de um Mercosul soberano, capaz de afirmar seus interesses de forma autônoma no cenário mundial.

Defender Lula, que lutou por um Brasil para todos, é defender um Mercosul para todos. É defender um Mercosul para os cidadãos, e não apenas para os mercados.

Por último, o grupo Progressista afirma que o enorme legado de Lula é intocável. Já entrou para a história e sempre repousará intacto, no coração de nossos povos.