Uma das coisas que incentivam o bolsonarismo a espalhar fake news é a crença na impunidade. Eles estão errados nisso também, pois é cada vez maior o número de processos judiciais e a punição virá. Há poucos dias, Daniela Mercury deu entrada em uma ação criminal contra Eduardo Bolsonaro por difamação. O filho do presidente publicou em suas redes, em abril deste ano, um vídeo em que a voz da cantora foi alterada para supostamente afirmar que Jesus Cristo era gay. Tratava-se de uma montagem (óbvio!) com intuito de atacar artistas e a cultura, e o deputado apagou o post logo depois (outra estratégia comum, tentar fugir da responsabilidade).
O caso está na 20ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo e, agora, ele irá se ver com a Justiça.
Mas esta é uma boa oportunidade de mostrar como a desinformação e as fake news servem a diferentes propósitos do bolsonarismo. Dessa vez, serviu a dois deles: um é atacar a cultura e, outro, é espalhar medo em pessoas religiosas, que vão clicar em qualquer coisa que mencione Jesus.
A cultura é o coração de um povo, é onde pulsam as paixões e memórias do país. Bolsonaro sabe disso e, enquanto veta leis de incentivo ao setor (como as leis Aldir Blanc e Paulo Gustavo, que ajudariam milhões de trabalhadores que perderam renda na pandemia), tenta caluniar os próprios artistas.
Ele não faz isso à toa: bulir com artistas queridos dos brasileiros é uma tática para chamar atenção. Ao perder relevância nas redes sociais, como é tendência desde o início do ano, o bolsonarismo passou a atacar diretamente cantores, atores e famosos, como Felipe Neto ou Taís Araújo, com o propósito único de “fazer barulho”. Bolsonaro também fez isso com Anitta, que por sinal aproveitou a ocasião para dar uma “aula” de como lidar com fake news: ignorar e, em vez de mentiras, compartilhar a verdade. Aliás, como Jesus recomendava.
Mas eles seguem tentando. Para atacar a cultura, usam como “isca” a fé das pessoas. Fake news religiosas são um “prato cheio” do bolsonarismo, pois eles sabem que qualquer simples menção a Jesus, à Bíblia ou a pastores chamará a atenção. Mais ainda se misturar no mesmo balaio tabus e preconceitos com sexualidade, por exemplo.
Mas nada disso vai longe. Quem é fiel reconhece um cristão de verdade. E todo brasileiro sabe que liberdade religiosa é um direito de qualquer cidadão. Assim como a cultura. O que o povo quer é um país mais digno, onde não falte comida no prato, nem livros nas escolas e nem vergonha na cara dos governantes.
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