Programa de governo: crédito verde incentivará agricultura em área degradada por pastagens

O objetivo é diminuir o desmatamento e, ao mesmo tempo, aumentar a área plantada, de forma sustentável, na chamada transição ecológica

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A recuperação de áreas degradadas contará com o apoio de um financiamento específico, com juros baixos, o crédito verde. Essa é uma das medidas do programa de governo da Coligação Brasil da Esperança para a redução do desmatamento no Brasil. Para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a questão ambiental é um dos temas centrais a serem tratados, ao lado do combate à fome e da geração de emprego e renda.

Reportagem da Agência Reuters detalhou a medida. Linhas de crédito verdes, com juros mais baixos, terão como finalidade incentivar uma agricultura que converta pastagens degradadas em lavoura, com a captura de carbono. Como resultado, haverá a diminuição do desmatamento com ampliação de área plantada. “O país tem hoje 30 milhões de hectares de áreas de pastagens subutilizadas que poderiam ser usadas para lavouras”, revelou à reportagem, o ex-ministro Aloizio Mercadante, presidente da Fundação Perseu Abramo e coordenador do programa de governo.

Segundo a reportagem, a proposta, que está sendo desenhada a várias mãos, envolve não apenas especialistas da área do meio ambiente, mas também integrantes de parte do agronegócio que apoia a Coligação Brasil da Esperança. Outra medida será o incremento do uso de biodefensivos.

Mercadante explicou à Reuters que a transição ecológica é um eixo estruturante de todas as políticas para o governo Lula. “Podemos abrir linhas de crédito diferenciadas para incentivar a migração para uma agricultura que sequestra carbono”, explicou. “O desenho final está sendo trabalhado, mas a ideia-chave é que o agricultor que aderir a algumas das propostas de transição agrícola passe a ter direito a um crédito em melhores condições, ou seja, valor e juros que façam valer a pena a migração”, disse à Reuters.

A conversão permitiria que hoje terras em que há apenas pecuária extensiva, ou às vezes nem isso, passassem a ser lavoura, em sistemas de plantio direto, metodologia que ajuda no sistema de sequestro de carbono, de acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).