Salário médio inicial da maioria das ocupações encolhe por causa da inflação

Compartilhar:

Num intervalo de 12 meses – entre maio de 2021 e abril deste ano – apenas oito de 140 ocupações profissionais tiveram os salários médios de admissão reajustados acima da inflação de 12,5% do período, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), medido pelo IBGE. Significa dizer que, nas demais atividades, houve empobrecimento e perda do poder de compra dos salários, já que a inflação descontrolada corrói a renda do trabalhador.

As informações publicadas pelo jornal O Estado de São Paulo, na edição deste domingo (26), resultam de levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), com base dm dados oficiais do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Segundo o jornal, a maioria das oito ocupações valorizadas na contratação por companhias do setor privado está ligada às demandas da população e das empresas que ganharam força com a pandemia.

Na média de todas as ocupações avaliadas, a perda real do salário médio de admissão em abril deste ano foi 8,7% em relação ao mesmo mês de 2021. “Isso revela o enfraquecimento dos rendimentos que tem predominado no mercado de trabalho, apesar da retomada da abertura de vagas”, diz trecho da reportagem.

A questão da valorização salarial, com recomposição das perdas do trabalhador, é um dos focos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que sempre lembra que nos seus tempos na Presidência mais de 80% dos salários eram reajustados acima da inflação, o que assegurava que o poder de compra fosse mantido. Quando o salário não é reajustado acima da inflação, o trabalhador ganha menos, come menos e tem menos alegria, disse recentemente.

Lula lembra também que nos tempos do PT na Presidência, o salário mínimo teve valorização de 74%, pois era reajustado com base na variação da inflação mais um percentual associado à valorização do PIB.