Saúde, sustentabilidade e planejamento marcam encerramento do seminário Governança Metropolitana

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A mesa “A Política Setorial e a Agenda Metropolitana. Novas perspectivas para a inovação”, quarta e última do Seminário Governanla Metropolitana, que aconteceu nesta sexta-feira (30) em São Paulo, discutiu as cidades sustentáveis e o alto custo com que a concentração dos investimentos e serviços no centro tem onerado a cidade.

Algumas das principais declarações dos membros da mesa:

José de Filippi, deputado federal/SP e diretor do Instituto Lula

“A cidade sustentável prioriza o transporte público e não motorizado”.

“O desafio da Zona Leste é levar um Uruguai para trabalhar no centro de manhã e depois trazer esse Uruguai de volta para casa à noite”.

“Na última década, a cidade de São Paulo construiu uma média de 2,2km de metrô por ano”.

“O metrô de São Paulo não é metropolitano de verdade, nem chega a sair da cidade de São Paulo”.

“A proposta [do governo atual] até 2030 não prevê nenhum transporte de alta capacidade até Guarulhos. Quase 22% do PIB brasileiro está na região metropolitana de São Paulo. Ela não pode ser tratada assim”.

“Quanto tem metrô, os imóveis no entorno são valorizados. Quando tem monotrilho, a dúvida é se vai desvalorizar a região”.

Nabil Bonduki, professor de Planejamento Urbano da USP e secretário nacional de Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente

“Região metropolitana com 20 mil habitantes é uma piada. Metrópole parte do pressuposto que existe uma polarização exercida por uma cidade central, a metrópole”.

“São Paulo e Rio são as regiões metropolitanas stricto sensu, além disso existem metrópoles regionais”.

“A lei de habitação obriga cada município a fazer um plano de habitação (…) Você vai calcular qual a demanda de Taboão? É a de todos os excluídos de São Paulo”.

“O problema dos resíduos é um processo de gestão, não o fazer uma obra (…) A grande maioria dos municípios do país não tem condições de fazer isso sozinhos”.

“Nós temos um caminho muito grande pra trilhar no país, para repensar essa estrutura territorial e avançar nas políticas públicas do país”.

 Alexandre Padilha, ministro da Saúde

“Nenhum município sozinho tem condições de prover as condições para prover aquilo que está estabelecido na Constituição, que é o direito à saúde”.

“Reorganizar o conjunto de serviços que são a principal porta de entrada para o SUS é o grande desafio. Você precisa ter um conjunto de modelos diferentes”.

“Metade da população brasileira está acima do peso, e 15% é obesa (…) Ter atividade física é exclusividade de quem tem acesso a academia particular ou a parques muito bem cuidados, que são aqueles que estão no centro”.

“Uma cidade sustentável não pode ser uma cidade sedentária”.

“Hoje o Brasil investe per capita na saúde privada três vezes mais do que investe na saúde pública”.

“Durante todos esses anos no país, o que determinou a abertura de faculdades e vagas e residências não foram as necessidades da saúde. É um absurdo Guarulhos não ter uma faculdade de medicina, assim como Salvador”.

“O Brasil é o único país do mundo com mais de 100 milhões de habitantes que assumiu o desafio de prover saúde pública gratuita para todos. Para atender esse desafio, é preciso inundar as faculdades com alunos da periferia e da classe C”.

“Nós vamos fazer um grande estímulo para a criação de faculdades de medicina nas regiões metropolitanas. Diadema sozinha não cria, mas junto com São Bernardo, sim”.

 

Leia também, sobre as outras mesas:

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Para baixar fotos em alta resolução, visite o Picasa do Instituto Lula.