Vida de Lula

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No último dia de governo, Lula acata o parecer da Advocacia Geral da União e nega extradição do ativista de esquerda Cesare Battisti para a Itália. A decisão sobre seu futuro se arrastava desde a prisão de Battisti, em 2007, por uso de passaporte falso. Embora o governo italiano pressionasse pela extradição e o STF entendesse que a prisão do ativista não se deu por motivo político, Lula faz uma leitura diferente do episódio e opta por mantê-lo no país. Sua decisão é divulgada poucas horas antes de deixar a Presidência para evitar que Dilma tivesse de lidar com o tema. 

Em sua derradeira solenidade no Palácio do Planalto, Lula agradece a equipe e faz um pronunciamento no qual se diz realizado por ter conseguido, acima de tudo, inaugurar um novo tipo de relação entre presidente e sociedade, mais aberta e transparente. Em oito anos, promoveu mais de 50 conferências nacionais com diferentes setores da sociedade civil e manteve as portas do Palácio do Planalto abertas para grupos que jamais haviam colocado os pés ali. Em 18 de abril de 2007, recebeu uma delegação de militantes do movimento de defesa dos direitos dos hanseniano, incluindo dezenas de portadores da doença. Em 24 de maio, Lula promulgaria ali mesmo uma medida provisória que conferiu pensão indenizatória vitalícia aos hansenianos  que, em razão da doença, tenham sido internados compulsoriamente em hospitais-colônias do Estado.