Vídeo de Bonner xingando Lula é falso! Entenda como funcionam as deepfakes

A tecnologia de inserir rosto e voz de outra pessoa num vídeo já existe há algum tempo. Começaram as deepfakes contra Lula, estamos atentos!

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Nos últimos dias, um vídeo feito com deepfake mostra William Bonner supostamente xingando Lula e Alckmin. Divulgado no TikTok, teve mais de 2 milhões de visualizações e não foi possível, até o momento, encontrar a origem da mentira. A investigação conseguiu apenas identificar que o vídeo original de Bonner, usado como base para a adulteração, foi ao ar no Jornal Nacional de duas semanas atrás. Conseguiu, também, identificar pequenas falhas de sincronia na voz falsa, que imita a do apresentador do telejornal.

Não falta assunto para quem persegue fake news. Sabemos que a máquina de desinformação solta diversos conteúdos falsos todos os dias, ao sabor da agenda política do país. Agora, essas mentiras também usam uma tecnologia avançada, chamada deepfake. Trata-se de inserir, com inteligência artificial, rosto falso e voz falsa  em qualquer vídeo. O problema é que fica muito bem feito, engana mesmo!

Além das mentiras de sempre, é preciso cuidado extra com as deepfakes

A tecnologia que permite criar deepfakes já existe há alguns anos. Em 2018, a tecnologia já tinha sido usada, uma vez, contra Lula (no vídeo falso ele supostamente pedia votos em Bolsonaro). O jornalista Bruno Sartori é conhecido nas redes sociais por fazer vídeos engraçados e debochados usando essa tecnologia. Brincar com ferramentas digitais é uma coisa, fica no campo do entretenimento e não gera risco à democracia nem ao processo eleitoral. Por sua vez, usar as ferramentas para enganar, caluniar e mentir sobre candidatos é crime eleitoral, além de covardia e desonestidade.

Em fevereiro deste ano, Bruno publicou um vídeo que fez bastante sucesso para alertar sobre o risco do uso de deepfakes na política. Nas imagens, um homem com o rosto de Lula e a voz de Lula (ambos, criadas por computador, para imitar rosto e voz reais) passeia num jardim com um pote de paçoca e reclama que a embalagem faz crer que tem mais paçoca ali do que de fato tem. Assista. De primeira, sem pensar muito, parece Lula!

Outro exemplo de deepfake que viralizou foi um vídeo no qual o DJ Alok usa a tecnologia, trocando de rosto diversas vezes numa bancada de telejornal. Bonner é, de novo, a “vítima” aqui. Alok se passa pelo apresentador, depois por Whindersson Nunes e por Silvio Santos, até finalmente aparecer e dar seu recado: cuidado com deepfakes.

Mesmo que a tecnologia pareça assustadora, o procedimento ao receber alguma “bomba” no seu celular é o de sempre. Siga os quatro passos definitivos contra fake news. Não reaja, denuncie, busque a verdade no nosso site (ou nos canais oficiais do Lula) e espalhe a verdade. Desinformação se combate com informação, diálogo e coragem.

Estamos a menos de dois meses para as eleições. Bolsonaro patina nas pesquisas de intenção de voto e o Gabinete do Ódio vai tentar de tudo para espalhar mentiras e criar confusão. Vão tentar, mas não conseguirão. Estamos atentos e somos muitos. Temos um país para reconstruir.

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