O ataque bolsonarista à verdade continuou de vento em popa no mês de fevereiro de 2022, assim como aconteceu em janeiro. As milícias digitais seguem sob investigação da justiça e fabricando fake news contra a democracia.
Para se protegerem de denúncias cada vez mais documentadas da péssima gestão de Bolsonaro e do mau uso de dinheiro público, o time do gabinete do ódio se defende com falsificações da realidade.
1. Bolsonaro mente sobre transposição do São Francisco enquanto esconde gastos nababescos em férias e tira dinheiro da prevenção de desastres
Neste mês trágico, em que as chuvas devastaram a região histórica de Petrópolis (RJ), a imprensa descobriu que o governo Bolsonaro cortou severamente a verba do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
Em 2021 o Cemaden teve o menor orçamento desde sua criação, em 2011: foram apenas R$ 17,9 milhões em verbas federais. Em 2012, por exemplo, durante os governos do PT, foram R$ 90,7 milhões. A falta de verbas explica por que a ETR- Estação Total Robotizada (equipamento capaz de detectar a movimentação de terra e, assim, ajudar a detectar possíveis deslizamentos nos morros) que foi entregue a Petrópolis pelo Cemaden em 2015 não estava no município no começo deste ano.
Em dezembro de 2021, as enchentes castigavam o estado da Bahia e mesmo com uma nítida calamidade, Jair Bolsonaro preferia andar de jet-ski e dançar funk no litoral de Santa Catarina. A brincadeira custou muito caro para os cofres públicos. Durante sete dias, o político gastou quase R$ 900 mil do orçamento público com muita infantilidade e descaso com o povo brasileiro.
Para esconder esse conjunto de tragédias, o presidente do desgoverno atual fez uma inauguração da transposição do Rio São Francisco, sem uma gota de água que tenha vindo do velho Chico. O ato simbólico de aspergir água do rio durante a cerimônia foi feito, na verdade, com água de dois carros-pipa.
Se não bastasse, os bolsonaristas fazem campanha mentirosa e distribuem fake news em discursos e postagens nas redes sociais para tentar defender o atual presidente nas obras de transposição. A gestão do ex-capitão entregou somente 7% das obras de transposição. Os governos de Lula e Dilma Rousseff foram responsáveis pela execução de 88% das obras do empreendimento, que vai garantir acesso à água a mais de 12 milhões de pessoas em 390 municípios dos estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. Há quem tente se apropriar da autoria das obras da transposição do São Francisco, mas contra fatos não há argumentos.
2. Bolsonaristas divulgam vídeo falso contra Lula para esconder farra com dinheiro público na Secretaria de Cultura
O secretário especial da Cultura do governo Bolsonaro, o ex-ator Mario Frias, parece ser bem pouco preocupado com a pauta da sua pasta. Depois de um corte severo na verba para financiamento de projetos culturais, ele e seu secretário-adjunto, Hélio Ferraz de Oliveira, gastaram R$ 78 mil para se reunir com o lutador-celebridade do MMA, Renzo Gracie.
A reunião que poderia perfeitamente ser feita on-line a custo zero para o contribuinte, custou cinco dias de diárias mais passagens na cara classe executiva dos aviões.
Na mesma toada, o subsecretário de Fomento e Incentivo à Cultura, André Porciúncula, gastou cerca de R$ 20 mil em uma viagem de cinco dias a Los Angeles no mês de janeiro. O ex-PM, que hoje controla a Lei Rouanet, é o braço direito de Mario Frias. A missão tinha como objetivo tratar de assuntos do audiovisual, mas, inicialmente, não havia ninguém do setor na comitiva. O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) esteve junto com os representantes do Executivo. O resultado das duas viagens para a cultura brasileira segue sendo um mistério.
Enquanto isso, bucha de canhão de Bolsonaro joga essa sujeira debaixo do tapete e faz montagem mentirosa em vídeo para difamar Lula entre a comunidade evangélica. O deputado estadual bolsonarista Kennnedy Nunes (PTB-SC) divulgou vídeo falso para atacar a imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva junto à parcela religiosa da população. A fake news, divulgada no ataque do parlamentar, dá a entender, de maneira fraudulenta, que Lula pretende limitar a atuação política de padres e pastores.
Trata-se de edição maliciosa de áudio de vídeo de coletiva de imprensa de lideranças do PT na cidade de Natal (RN). Como pode ser visto a partir dos 48’36’’ da transmissão, Lula na verdade defende que as Forças Armadas não participem de disputa política, já que são uma instituição de Estado. Desesperados com os resultados das pesquisas entre evangélicos, o gabinete do ódio parte para cima do petista. Não há um dia que não divulguem uma mentira , sobretudo envolvendo religiosidade.
3. Bolsonaristas usam mentiras sobre caso Adélio para esconder abuso no cartão corporativo, enquanto renda do brasileiro despenca
O rendimento médio do brasileiro chegou a seu menor valor na história em 2021. O resultado é triste, mas o presidente Jair Bolsonaro ignora. Usa e abusa do cartão corporativo. Em apenas três anos, segundo levantamento do jornal O Globo, Bolsonaro gastou R$ 29,6 milhões, quase 20% a mais do que foi utilizado em quatro anos da gestão Dilma-Temer. Em 2021, as despesas (R$ 11,8 milhões) bateram o recorde nos últimos sete anos. Por conta disso, o governo terá de explicar o abuso com o recurso público ao Senado Federal.
Para esconder estas e outras denúncias, o bolsonarismo inventou mais uma fantasia absurda sobre o atentado que tirou Bolsonaro dos debates eleitorais em 2018. A nova mentira associava o PT ao criminoso Adélio Bispo.
Fake news divulgada por perfis anônimos nas redes inventava que Adélio Bispo em novo depoimento havia acusado o PT de ter encomendado crime contra Bolsonaro. A notícia falsa foi rapidamente desmontada pela PF que negou qualquer novo depoimento do responsável pela facada.
A fake news não é nova: desde 2018, políticos apoiadores de Bolsonaro tentavam fabricar esta mentira. Exemplo disso são os posts do ex-deputado bolsonarista Magno Malta, com foto falsa sobre relação de Adélio com o PT.
A divulgação também acontece no momento em que a Justiça aperta o cerco contra as chamadas milícias digitais bolsonaristas e a divulgação indevida de informações por Bolsonaro em live.