Mais um aumento! Uma foto por mês do desastre de Bolsonaro na condução da crise dos combustíveis

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O mais novo sticker do Instagram está fazendo sucesso e muita gente tem postado o que fez nos últimos seis meses com uma foto por mês. A gente entrou na brincadeira, mas para falar de coisa séria. Nesta sexta (17), o governo Bolsonaro anunciou mais um aumento nos combustíveis: são mais 5,18% no preço da gasolina (R$ 0,15 no valor do litro) e 14,26% no preço do Diesel, no repasse da Petrobras para as distribuidoras.

Metade do ano já foi! Na verdade, três anos e seis meses já se passaram e o presidente Jair Bolsonaro ainda não começou a governar o país. O preço dos combustíveis, que impacta diretamente na inflação dos alimentos, continua nas alturas e o presidente, que deveria tomar alguma atitude, diz que a culpa não é dele (indo contra todos os fatos) e ameaça desmontar e privatizar a Petrobras. Enquanto isso, a dolarização dos combustíveis segue fazendo estragos.

Janeiro – R$ 6,635 – Reajustes sucessivos

Já no começo do ano, seguindo a dinâmica de 2021, os sucessivos aumentos expressivos dos preços dos combustíveis assustaram os brasileiros. Além de ficar mais difícil de encher o tanque, os aumentos causaram impactos também no preço dos alimentos, dos fretes e dos restaurantes, piorando uma situação que já estava insustentável para os brasileiros. Bolsonaro disse que o preço dos combustíveis estava impagável! Mas os rolezinhos de jet ski estavam em dia!

Naquele mês, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender que o lucro da Petrobras fosse usado para aumentar a capacidade de refino do Brasil, a fim de evitar que o país importe combustível dos Estados Unidos. Ele também acredita que a riqueza da companhia deve se reverter em benefícios para a população brasileira, por meio de projetos de Ciência e Tecnologia, Saúde e Educação.

Fevereiro – R$ 6,600 – A culpa é dos estados!

O mês de fevereiro começou com Bolsonaro fazendo o que sempre faz. Tentando transferi a culpa pelo desastre do seu governo para terceiros. Em uma de suas lives semanais ele disse que usaria o Ministério da Justiça para processar os Estados por conta da cobrança do ICMS, que, segundo ele, é a causa do aumento dos preços dos combustíveis. Enquanto culpa os estados, o presidente mantém a política de preços internacionais que vincula o preço dos combustíveis à variação do dólar, catapultando os preços.

Vale lembrar que a gasolina brasileira é a terceira mais cara do mundo, de acordo com a Oxford Economics.

Março – R$ 7,012 – Eu não defino preço, não decido nada lá.

Olha ele outra vez se portando como espectador do próprio governo. Antes da Petrobras anunciar mais um reajuste dos presos dos combustíveis, Bolsonaro tirou o dele da reta mais uma vez. Em conversa com apoiadores disse: “Eu não defino preço na Petrobras, eu não decido nada lá. Só quando tem problema cai no meu colo”. É incompetência que chama?

O presidente do país se comporta como se não tivesse nada a ver com o que acontece dentro da estatal que tem como maior acionista a União e busca fazer parecer que nada pode fazer para conter os constantes reajustes. A União, como acionista controladora da Petrobras, tem poderes sobre a empresa para decidir seu comando e, consequentemente, sua política de preços. 

Abril – R$ 7,245 – troca-troca no comando da Petrobras

Em mais uma tentativa de ludibriar seu eleitorado e esconder sua inércia no controle de preços dos combustíveis, Jair Bolsonaro decidiu trocar o comando da Petrobras. Ele anunciou a chegada do consultor Adriano Pires no lugar do general da reserva Joaquim Silva e Luna, mas a troca de comando nem aconteceu. Pires pulou fora antes mesmo de tomar posse e quem assumiu o cargo foi José Mauro Ferreira Coelho.

Maio – R$ 7,278 – O nome da Petrobras vai para a lama

aumento sem fim do preço dos combustíveis nos últimos anos, além de penalizar o brasileiro e aumentar a inflação de forma generalizada, colocou a Petrobras como a empresa do ramo de petróleo que mais lucrou em todo o mundo no primeiro trimestre de 2022. No ranking elaborado pelo portal Poder 360, a Petrobras teve um lucro de 8,6 bilhões de dólares (o equivalente a R$ 44 bilhões) nos três primeiros meses deste ano.

Em outra live, Bolsonaro fingiu surpresa e vociferou contra o lucro da estatal. “O lucro de vocês é um crime contra o Brasil. O lucro de vocês é um estupro! O nome da Petrobras vai para a lama”.

Junho – R$ 7,234 – Primeiro passo para a privatização da maior estatal brasileira

No início de junho, Bolsonaro mostrou que não está para brincadeira e deu o primeiro passo para a privatização da Petrobras. O Ministério de Minas e Energia (MME) formalizou ao Ministério da Economia o pedido de inclusão da estatal na carteira do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI). Falta legitimidade e sobra irresponsabilidade ao governo que, nos seus últimos seis meses, sem perspectiva real de reeleição, ameaça a soberania do país ao dilapidar patrimônios nacionais.

Passados seis meses do último ano de Jair no poder, uma coisa não podemos esquecer: a gasolina cara é culpa do Bolsonaro!