Bolsonaro mentiu 5.110 vezes na presidência. Veja as três mentiras mais repetidas

As mentiras são uma das marcas de Jair Bolsonaro. Segundo levantamento da agência Aos Fatos, ao longo do último ano, ele mentiu ao menos 7 vezes por dia. Quando se sente acuado, Bolsonaro costuma aumentar a dose das fake news e exagerar no grotesco para criar cortinas de fumaça e desviar o assunto.

Recentemente a mesma agência apresentou um ranking das principais fake news ditas pelo atual presidente. Desde que assumiu, o ex capitão já mentiu oficialmente mais de 5,1 mil vezes, e a contagem é atualizada a cada dia. É impressionante como as lorotas mais contadas evidenciam alguns dos desastres do do desgoverno bolsonarista.

1 – Ao contrário do que diz o presidente, há sim corrupção no governo Bolsonaro. O que não há é investigação

“E quando se fala em corrupção, nós temos que falar: três anos e três meses sem qualquer denúncia de corrupção em nossos ministérios.”

Frase repetida mais de 190 vezes por Bolsonaro

A declaração é para lá de FALSA. O que não faltam são escândalos no governo Bolsonaro desde os seus primórdios. O mais recente envolve o próprio presidente e também o Ministro da Educação Milton Ribeiro, que foi pego em um gravação em áudio revelando que, a pedido do presidente Jair Bolsonaro, ele repassa verbas do ministério para municípios indicados pelos pastores bolsonaristas Gilmar Santos e Arilton Moura. A estrutura funcionaria como um gabinete paralelo do MEC.

No áudio divulgado pela Folha de S. Paulo, o ministro da Educação afirma que os municípios indicados pelos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, ambos da Assembleia de Deus, tinham prioridade no repasse de verbas. Segundo Ribeiro, a vantagem indevida seria um pedido do presidente Jair Bolsonaro (PL).

O pastor Arilton Moura, segundo denúncia de Gilberto Braga (PSDB), prefeito de Luís Domingues (MA), teria pedido pagamento em ouro para liberar recursos da pasta destinados à construção de escolas e creches em municípios. O prefeito da cidade goiana de Bonfinópolis, Kelton Pinheiro (Cidadania), contou ao O Globo que Arilton pediu R$ 15 mil de propina para liberar recursos do Ministério da Educação (MEC) para a construção de uma escola na cidade. Além disso, Kelton teria que doar bíblias para a igreja do pastor, como uma forma de oferta. Há uma série de outras denúncias e o caso já está sendo investigado pelo Ministério Público Federal.

Não é só, há uma série de outros casos de corrupção sendo investigados no governo Bolsonaro:

O relatório da CPI da Covid-19 pediu o indiciamento do presidente Jair Bolsonaro e de seis ministros e ex-ministros por prevaricação, emprego irregular de verbas públicas, falsificação de documento particular, charlatanismo, crime contra a humanidade, crime de responsabilidade e epidemia com resultado de morte.

Funcionários do governo também foram indiciados por envolvimento em um suposto esquema para a compra da vacina indiana Covaxin. O crime chocou o Brasil e é mais uma prova de um governo sem nenhum cuidado contra a corrupção.

Políticos que fazem parte da cúpula bolsonarista também são investigados pela PF (Polícia Federal) ou pelo Ministério Público por suspeitas de corrupção, como o ministro Ciro Nogueira (Casa Civil), Ricardo Salles, ex-ministro do Meio Ambiente, Marcelo Álvaro Antônio, que comandou a pasta do Turismo, e Fabio Wajngarten, que chefiou a Secretaria de Comunicação Social

Um pouco mais longe da cúpula, mas perto das milícias digitais, há também denúncias de abuso no uso de diárias na Secretária Especial de Cultura do governo federal e muito mais.

Isso para não falar das rachadinhas, da PEC do Calote, das emendas parlamentares e do Orçamento Secreto, que já teve até parlamentar do núcleo do bolsonarismo (inclusive do mesmo partido) flagrado com dinheiro.

Nas palavras da jornalista Natuza Neri: “O resumo é: no governo, tem corrupção. O que não tem no governo Bolsonaro é investigação de corrupção”.

2 – O STF não eximiu a Presidência da República de atuar contra a disseminação da Covid-19

“Ou seja, um governo que, apesar de o Supremo ter lhe tirado o direito de orientar e conduzir a política de combate ao vírus, fizemos aquilo que muitos, ou a maioria dos governadores, não fizeram. ”

Frase repetida 125 vezes por Bolsonaro

Basta prestar um pouco de atenção para perceber que uma das características marcantes da gestão Bolsonaro é fugir de suas responsabilidades. Por isso, o ex capitão não cansa de mentir que o STF lhe retirou suas obrigações de cuidar da pandemia da Covid-19. Tudo para esconder a sua responsabilidade pelo desastre na gestão da pandemia. Segundo estudo de instituto australiano, o Brasil teve a pior gestão da pandemia no mundo.

O STF nunca proibiu o governo federal de tomar suas medidas. Só autorizou prefeitos e governadores a tomar medidas em conjuntoSegundo os ministros da suprema corte, o governo federal deve adotar medidas para conter a pandemia em casos de abrangência nacional, como determinar o fechamento de fronteiras terrestres. Ainda de acordo com o STF, seria função da Presidência, por exemplo, coordenar as diretrizes de isolamento a serem seguidas em todo o país.

Com sua militância contra a ciência e contra a vacina, o governo Bolsonaro foi acusado por nove crimes pela CPI da Covid, no Senado Federal. O atual presidente é investigado pela Polícia Federal por associar da vacina da Covid à Aids. A peça de desinformação foi espalhada em uma das lives de Bolsonaro em 21 de outubro de 2021. Em carta, a Organização das Nações Unidas (ONU) acusou o governo Bolsonaro de crimes contra a população indígena ao longo da pandemia.

3 – Bolsonaro não cuidou nem da saúde e nem da economia no período da pandemia

“Sempre falei: atacar o vírus, a doença, mas também atacar o desemprego. ”

Frase repetida 99 vezes por Bolsonaro

Além de ter a pior gestão da pandemia no mundo, Bolsonaro fez muito pouco durante o período para dinamizar a economia, mesmo por que não há disputa entre os dois temas, eles se complementam. Como um grupo de economistas já havia alertado em março de 2021, para voltar à normalidade econômica o Brasil devia resolver a questão da saúde pública, reduzindo o contágio e a sobrecarga do sistema de saúde, através de vacinação em massa na maior velocidade possível.

Bolsonaro atrasou a compra de vacinas, divulgou, insistiu em tratamentos sem eficácia e boicotou o combate à pandemia de maneira geral. O resultado foram os mais 650 mil brasileiros mortos desde o início da pandemia em uma tragédia humanitária sem precedentes no País. A expectativa de vida do brasileiro caiu 4,4 anos por causa de má gestão da pandemia.

Paralelamente, o governo fez muito pouco para apaziguar os efeitos econômicos da pandemia. O resultado foi um crescimento galopante da fome e da miséria. Tudo isso acontece em meio à escalada da inflação e aos preços abusivos dos combustíveis. O que resulta num empobrecimento dos mais pobres e da classe média.

Enquanto isso, Bolsonaro e suas milícias digitais se escondem dos problemas reais do país disparando fake news pelas redes sociais e aplicativos.

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