Inflação descontrolada, desemprego nas alturas, salário mínimo sem reajuste real, gás a R$ 105, gasolina a R$ 7, conta de luz aumentando até 58%, dólar a mais de R$ 5. A geladeira vazia é reflexo da alta recorde no preço dos alimentos: pra 41% da população, não é mais possível comprar nem o pãozinho na chapa de café da manhã. Enquanto isso, Bolsonaro e Guedes preocupam-se em se desresponsabilizar e fazer promessas vãs. Após registrar o terceiro pior PIB do G-20 no segundo trimestre, Brasil tem a pior previsão de crescimento para o ano que vem.
Pesquisa publicada pelo Datafolha nesta segunda (20), realizada de 13 a 15 de setembro, aponta que 85% dos brasileiros reduziu o consumo de algum alimento desde o início do ano, graças à política econômica de Guedes e Bolsonaro. 67% cortaram o consumo de carne vermelha e 41% pães, leite, queijo e iogurte. O Datafolha também aponta que, para 69% dos brasileiros, a situação econômica do país piorou. E piorou mais para os mais pobres: o índice entre pessoas que ganham até dois salários mínimos é de 70%, enquanto 62% daqueles que recebem acima de 10 salários acreditam que a economia brasileira piorou.
Enquanto isso, o Brasil teve o terceiro pior crescimento do PIB no G-20 para o segundo trimestre de 2021. E as previsões para o futuro são ainda piores. O Relatório de Desenvolvimento e Comércio de 2021, feito pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad), que observa o presente para projetar o que vai acontecer com as economias dos países no ano que vem. E o que ocorrerá? O Brasil, graças a Bolsonaro e Guedes, especialmente à incerteza política que provocam, terá o pior crescimento econômico entre as economias relevantes do planeta.
Segundo a Unctad, em 2022, o PIB brasileiro deve despencar de 4,9% (crescimento esperado pela entidade este ano) para 1,8%. Já a Índia deve ter o maior crescimento em 2022, com 6,7%, e o Canadá deve ver um crescimento de 2,9% (veja o gráfico a seguir). Mais desalentador ainda é o fato de esse estudo reforçar as projeções feitas em julho pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), que também colocou o Brasil com o pior desempenho projetado para 2022 em uma lista de 16 países. Ao contrário do que querem fazer crer Bolsonaro e Guedes com sua matemática mágica.
Assim como os mais de 600 mil mortos por Covid são responsabilidade de Bolsonaro e Guedes, que apostaram na tese da imunidade de rebanho sem vacina, o desastre da economia também é culpa da dupla. Em primeiro lugar, porque, ao não enfrentar a pandemia como deviam, os dois jogaram o país em um cenário de instabilidade e incerteza que acabou por prejudicar justamente a economia que eles tentavam preservar à custa de vidas.
Além disso, Bolsonaro e Guedes permitiram a inflação fugir de controle (especialmente por causa da dolarização do preço dos combustíveis e da falta de estoques reguladores para segurar a alta dos alimentos); demoraram para acionar as termelétricas e deixaram o país à beira de uma crise energética; e, como se não bastasse, continuam dando declarações que provocam mais instabilidade política, além de uma série de outros erros que empurram o Brasil para a estagflação, combinação de estagnação econômica com inflação alta.
Com informações de pt.org.br
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