Inimigo do Brasil: para Jair, tudo, para o povo, nada

Vida boa de Bolsonaro contrasta com o abandono do país.

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Jair Bolsonaro vive em um outro país. Nesses quatro anos de governo, parece que só Bolsonaro prosperou. Com o bolso cheio, esbanjando no cartão corporativo e fazendo a vida com dinheiro vivo, nem parece que ele preside o país do salário e da aposentadoria congelados, da volta da fome, do endividamento recorde, do desemprego e da falta de moradia. Em quatro anos, o que Bolsonaro fez pelo Brasil foi se provar um inimigo da pátria. A vida boa do presidente contrasta com o abandono do país que ele diz governar.

O que Bolsonaro fez pelo Brasil

Transações em dinheiro vivo x inadimplência recorde

Parece tradição na família Bolsonaro o uso de dinheiro vivo para transações e compras. Porque a família que se gaba inclusive de ter criado o Pix – mais uma mentira – é tão avessa a transações bancárias?

Nem chegando à presidência da República Bolsonaro perdeu o hábito de mexer em dinheiro. Estão sob investigação transações feitas pelo ajudante de ordem do presidente, Mauro Cid. A Polícia encontrou no telefone do tenente-coronel troca de mensagens sobre transações financeiras com outros funcionários da Presidência que sugerem a existência de depósitos fracionados a saques em dinheiro. É a rachadinha do Planalto. O dinheiro era usado para gastos com a babá e contas da família e de pessoas próximas a Michelle. 

A prática é bem conhecida da família. Flávio Bolsonaro usou ao menos R$ 3 milhões em espécie para pagar despesas pessoais, funcionários e impostos. Dinheiro vindo do esquema de rachadinhas que comandou por anos em seu gabinete na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

Enquanto a família do presidente gasta sem dó e sem explicar a origem do dinheiro, o país bate recorde no número de inadimplentes. Quatro em cada 10 adultos não conseguiram pagar suas contas. Nesse cenário, a aposta eleitoral do presidente Jair Bolsonaro é estimular ainda mais o endividamento da população mais vulnerável com o consignado do Auxílio Brasil.

Aposentadorias somam R$ 70 mil x aposentadoria congelada

Enquanto o funcionalismo público segue com os salários congelados, Bolsonaro e a cúpula do Executivo, incluindo os militares, tiveram ganhos de até 69%, bancados com dinheiro público. Com a norma, a remuneração bruta de Bolsonaro (aposentadoria e salário de presidente) passou de R$ 39,3 mil para R$ 42.259,66 mensais, ou quase 35 salários mínimos. O vice-presidente Hamilton Mourão, que é general da reserva, teve aumento de quase 64%, para um total de R$ 63,5 mil, entre salário e aposentadoria.

O atual candidato a vice Walter Braga Netto, foi beneficiado com aumento de R$ 22,8 mil, totalizando R$ 62 mil; Luiz Eduardo Ramos, agora com salário de R$ 66,4 mil; e Augusto Heleno, R$ 63 mil mensais.

Nos quatro anos de governo de Jair Bolsonaro não houve sequer um real de aumento do salário mínimo acima da inflação. E, se for eleito, nem isso ele garante mais, apesar da falsa promessa.

Picanha de R$ 1.800/Kg x 33 milhões passando fome

Para ele, picanha de R$ 1.800 o quilo. Para o povo, fila do osso e a volta da fome. Desumano como é, o presidente Jair Bolsonaro não se constrange em ostentar em diversas ocasiões a famosa picanha Mito.

Trata-se de corte de carne nobre, do gado japonês Wagyu, comercializada pelo Frigorífico Goiás, apoiador de Bolsonaro ao menos desde a campanha fraudulenta de 2018. O pedaço de carne custa estratosféricos R$ 1.799.

Do alto de sua arrogância e descolamento com a realidade do país que finge presidir, Bolsonaro ignora a fome enquanto o povo revira caminhão de lixo. No Brasil, 33 milhões de pessoas passam fome. Muitas crianças só têm acesso a refeições na escola, e lá só têm bolacha e suco para comer, ou precisam dividir um único ovo cozido entre si. É neste país que o governo de Jair Bolsonaro decidiu praticamente zerar a verba de programas alimentares no Orçamento de 2023.

51 imóveis em dinheiro vivo x mais de 100 mil morando na rua

A notícia é estranha: desde os anos 1990 até hoje, irmãos e filhos de Jair Bolsonaro compraram 107 imóveis, dos quais pelo menos 51 foram pagos totalmente ou em parte com dinheiro vivo. Mas quem paga por imóveis em dinheiro vivo? Pior ainda: no Brasil de Bolsonaro, quem consegue comprar imóveis?

Só ele e sua família. Quem percorre as ruas das grandes cidades brasileiras se depara com um cenário desolador. Passarelas, viadutos, praças e calçadas abarrotados de famílias sem casa escancaram as desigualdades e atestam a incapacidade do Estado em lidar com seus problemas. 

O crescimento da população em situação de rua é visto a olho nu. Calcula-se que a população de rua nas cidades brasileiras já passe de 222 mil pessoas.

R$ 21 milhões no cartão corporativo x 64 milhões de pessoas endividadas

No cenário de inflação nas alturas, em que a população não consegue sequer encher o carrinho de supermercado, só uma pessoa está se dando (muito bem) e aproveitando cada minuto da mamata do Executivo: o capitão censura, Jair Bolsonaro.

É a farra do cartão corporativo! Uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) revelou um gasto de cerca de 21 milhões de reais com “despesas secretas” de Bolsonaro de janeiro de 2019 a março de 2021. Jair gasta, o Brasil paga.

O Brasil paga as contas dele, porque não está conseguindo pagar as suas. Em setembro, oito em cada dez famílias estavam endividadas em setembro e 30% já tinham contas ou dívidas atrasadas. Cerca de 64,25 milhões de pessoas estavam negativadas no mês passado.